Uma equipa de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, conseguiu acelerar a regeneração do tecido ósseo e aumentar a qualidade do mesmo com a consequente cura de fracturas ou outros defeitos ósseos de forma mais rápida e eficaz.
A experiência foi realizada pela primeira vez em modelos animais, mas os \"resultados são extrapoláveis ao ser humano\", explica Isabel Dias, uma das autoras do estudo.
Na prática, \"uma fractura de uma perna, por acidente, ou qualquer defeito ósseo devido a patologias, ficará recuperada, não pela cicatrização (como é usual), mas pela regeneração total dos tecidos. Outro exemplo é a extracção de um dente neste caso, e enquanto normalmente a regeneração pode demorar de quatro a seis meses, se for utilizado plasma rico em plaquetas, poderá demorar apenas um mês\", acrescenta Carlos Viegas, outro elemento da equipa.
Pelo \"efeito\", a equipa da UTAD foi galardoada na semana passada com o prémio Pfizer de Ciências Veterinárias 2005, que é atribuído apenas de dois em dois anos e a um único trabalho.
O projecto desenvolvido pelos departamentos de Ciências Veterinárias e Zootecnia, contou, ainda, com a colaboração de investigadores de Lisboa, Coimbra e Madrid.
A técnica experimentada em animais, passa pela utilização de plasma rico em plaquetas \"Esta aceleração da regeneração é obtida através de um concentrado plaquetário rico em factores de crescimento indutores da proliferação e diferenciação celular\", explica, ainda, Isabel Dias.
Mas o projecto não fica por aqui neste momento, o grupo de investigadores está já a trabalhar, em parceria com uma equipa da Universidade do Minho na obtenção de resultados mais promissores com a utilização das próprias células estaminais em conjugação com plasma.
De acordo com Jorge Azevedo, um dos investigadores, trata-se de \"uma outra abordagem à razão de se guardar o cordão umbilical. Isso faz-se, porque as células estaminais têm a capacidade de se diferenciarem em células de vários tecidos, sendo no caso do nosso projecto, as células obtidas na medula óssea ou a partir da gordura de animais adultos, em vez de no cordão umbilical\".