A Estrutura de Missão do Douro (EMD) vai premiar os projectos ou edifícios de maior qualidade arquitectónica do Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial da Humanidade em 2001.

A segunda edição do concurso \"Prémios de Arquitectura no Douro\" foi hoje apresentada, em Vila Real, pelo chefe de projecto da EMD, Ricardo Magalhães.

\"O nosso objectivo é estimular as boas práticas de arquitectura na paisagem classificada pela UNESCO. Queremos banalizar e estimular a qualidade\", sublinhou o responsável.

Ricardo Magalhães sustentou que o que se constrói no Alto Douro Vinhateiro \"tem que trazer valor e não diminuir o valor cénico\" do património mundial.

O responsável lamentou as \"estacas (edifícios) plantadas\" na cidade do Peso Régua que constituem a paisagem que observa todos os dias no seu gabinete de trabalho.

Ricardo Magalhães salientou também os maus exemplos arquitectónicos de algumas adegas da região que se \"confundem com pavilhões desportivos\".

\"Muitas vezes vejo construção civil, arquitectura vejo pouca\", frisou.

No entanto, o responsável avançou com alguns \"bons exemplos\" de arquitectura do Vinho, nomeadamente a adega da Quinta de Nápoles, da Niepoort, ou o armazém de envelhecimento de vinho projectado por Siza Vieira para a Quinta do Portal.

\"Estes bons exemplos devem dar corpo a uma tendência de fundo neste território\", defendeu.

Para \"obstar à proliferação de estacas\" na paisagem duriense, Ricardo Magalhães salientou o trabalho de colaboração que tem sido feito com as autarquias na elaboração dos planos directores municipais e nos planos de pormenor.

Podem participar no concurso, que passará a ter uma periodicidade de dois anos, projectos e edifícios efectuados ou construídos depois de Dezembro de 2001.

As candidaturas têm que ser entregues na EMD, na Régua, até 14 de Novembro.

O prémio principal, uma obra de arte ainda não escolhida orçada em mais de dois mil euros, será entregue a 14 de Dezembro, dia do sétimo aniversário da classificação da região do Douro pela UNESCO.

A primeira edição do concurso foi lançada há dois anos, aquando das comemorações dos 250 anos da criação da Região Demarcada do Douro (RDD).

Nesta edição ganhou a adega da Quinta da Touriga, em Foz CÎa, uma obra do arquitecto António Leitão Barbosa, e foram atribuídas duas menções honrosas, designadamente à remodelação da Casa do Poço, do arquitecto Manuel Botelho, e ao Conservatório Regional de Música de Vila Real, do arquitecto António Belém Lima.

A EMD apresentou também hoje a Newsletter n.º 01 \"Douro Up\", uma publicação que procura dar a conhecer iniciativas empreendedoras na RDD, em diferentes sectores como a Viticultura, Turismo, Cultura, Paisagem e a Qualificação de Recursos Humanos.

O objectivo desta publicação bimensal é, segundo Ricardo Magalhães, \"combater a falta de informação e de comunicação\".

O primeiro número dá destaque ao Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (Provere), um instrumento desenvolvido pelo Ministério do Ambiente para estimular iniciativas dos agentes económicos orientadas para a melhoria da competitividade territorial nas áreas de baixa densidade.

A EMD quer entregar, até 18 de Janeiro, um projecto global de desenvolvimento para o Douro para obter ajudas comunitárias através do Provere.



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