O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) está a investigar um acidente com o helicóptero de combate a incêndios de Ribeira de Pena que embateu em cabos de alta tensão, confirmou esta quinta-feira à Lusa fonte da Protecção Civil.

O aparelho, um helicóptero ligeiro, transportava seis ocupantes - uma equipa do GPIS (Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro), composta por cinco elementos da GNR, e o piloto - quando ocorreu o acidente, a 16 de Julho.

Nenhum ocupante ficou ferido, mas, desde então, têm chegado à Autoridade Nacional para a Protecção Civil (ANPC) «preocupações e queixas», segundo confirmou aquela entidade à Lusa.

O helicóptero, propriedade da empresa HELIBRAVO, está a operar em regime de aluguer. A empresa, de acordo com a ANPC, «está a ponderar substituir o piloto, de nacionalidade brasileira, embora não admita qualquer relação entre o acidente e a sua competência profissional».

Contactada pela Lusa, a empresa recusou prestar declarações sobre assunto.

A ANPC esclareceu que «o operador (a HELIBRAVO) não reconhece a necessidade de mudar o piloto, pois este tem licença válida e uma experiência de voo de cerca de 2 mil horas».

Segundo a Autoridade Nacional para a Protecção Civil «a responsabilidade do acidente, numa primeira análise, não se deveu à fraca de proficiência de voo do piloto».

«No entanto, face às preocupações e queixas apresentadas, a HELIBRAVO está a ponderar a troca do piloto em causa, de modo a minimizar o receio de voar por parte dos elementos GIPS, em futuras operações», acrescenta a ANPC.

Segundo relatos feitos à Lusa, o acidente ocorreu no final do dia de 16 de Julho, no regresso de uma intervenção num incêndio próximo de Ribeira de Pena, numa zona atravessada por vários fios de alta tensão.

Cerca das 20h30, o helicóptero terá embatido num desses cabos e sido atingido por uma descarga eléctrica.

O piloto conseguiu, no entanto, conduzir o aparelho em segurança, durante alguns minutos, até à pista de aterragem.

O acidente está a ser investigado pelo GPIAA, um organismo público da tutela do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, responsável pela investigação de acidentes e incidentes com aeronaves civis.

Segundo explicou à Lusa fonte ligada ao processo, esta investigação tem como propósito apurar as causas e fazer as recomendações necessárias para evitar a repetição de situações semelhantes.

Queixas informais

A ANPC refere que «apenas este acidente foi relatado formalmente», mas confirma que depois do mesmo «começaram a chegar reportes de queixas, mas nenhum formalmente», não especificando o seu teor.

A Autoridade adiantou ter transmitido «as preocupações, que informalmente têm chegado, ao operador».

A ANPC esclareceu ainda que a HELIBRAVO efectuou «a notificação do acidente à entidade nacional competente, o GPIAA, nas 24 horas subsequentes, tal como obriga a legislação aeronáutica».

Esclareceu ainda que «não compete à ANPC a selecção ou escolha de pilotos para o dispositivo dos meios aéreos».

«A selecção de pilotos é realizada pelas operadoras aéreas contratadas para o combate aos fogos, de acordo com os requisitos exigidos pelo Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC). Estes deverão ser portadores de licença válida de acordo com o normativo Joint Aviation Regulation (JAR) -Flight Crew Licensing (FCL) 1 e 2, publicados no DL 17-A/2004», informou.



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