Foi «inconclusiva» a reunião que, ontem à tarde, em Lisboa, juntou o ministro da Saúde e os seis autarcas do Alto Tâmega que, na semana passada, juntamente com as populações, se manifestaram na rua contra a despromoção da urgência do Hospital de Chaves, prevista no relatório técnico da Comissão para a Reorganização da Rede de Urgências.

\"Houve algum avanço, mas continua tudo em aberto\", garantiu, ao JN, o presidente da Câmara de Chaves, o social-democrata João Batista.

Segundo o autarca, o protocolo apresentado pelo ministro prevê a manutenção da urgência médico-cirúrgica, mas só enquanto não ficarem resolvidas as acessibilidades da região. \"O avanço foi que já não se fala só no acesso a Vila Real através da conclusão da A24, programada para Julho, mas da região, se bem que não tenha ficado claro o que isso representa\", explicou o autarca, garantindo que o \"diálogo não está fechado\".

De qualquer forma, agora, além de discutida entre os seis autarcas, na segunda-feira, João Baptista vai apresentar a proposta à comissão que representa 121 instituições do concelho, que se uniram na luta pela manutenção da urgência médico-cirúrgica. Além disso, o autarca garante que qualquer decisão a nível de órgãos da autarquia terá sempre que ser tomada por unanimidade.

80 mil utentes

No protocolo apresentado pelo Governo terá ficado também prometido o reforço da cirurgia de ambulatório, bem como o reforço dos meios de transporte de doentes.

No entanto, é a manutenção da urgência médico-cirúrgica que os autarcas e as populações querem preservar a todo custo. E foi essa a vontade expressa na moção da Assembleia Municipal de Chaves aprovada por unanimidade na quarta-feira passada.

O Hospital de Chaves serve um universo de cerca de 80 mil utentes (Chaves, Boticas, Montalegre e Valpaços) e a média diária da urgência ronda as 185 pessoas. No ano passado, foram feitas 1017 cirurgias urgentes.

O argumento para a sua manutenção tem sido o das distâncias e os maus acessos entre as aldeias e Chaves. Um doente em Tourém (Montalegre), por exemplo, demorará cerca de duas horas a chegar a Vila Real.

Régua vai manter luta

Mais de 500 pessoas juntaram-se quinta-feira, à noite, no salão nobre da Casa do Douro, para uma sessão de esclarecimento, que contou com a participação dos autarcas daquele município e dos vizinhos de Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio.

A esmagadora maioria dos participantes mostrou-se disponível para outras formas de luta, no sentido de conseguir para o Hospital D. Luíz I um Serviço de Urgência Básica, a funcionar 24 sobre 24 horas. A reivindicação é justificada com o facto daquela unidade de saúde servir mais de 52 mil habitantes e a região do Douro ser um destino turístico de referência.

A proposta do Ministério da Saúde passa por um serviço de \"consultas abertas\", das oito às 24 horas, asseguradas pelos médicos dos centros de saúde locais. A autarquia recusou-se a assinar o protocolo e aguarda resposta a um pedido de nova reunião com o ministro, com participação dos autarcas vizinhos



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