O presidente da Câmara de Montalegre disse hoje que o javali é um “drama do mundo rural” pelos prejuízos causados na agricultura e reclamou soluções como batidas e a concertação do calendário venatório entre Portugal e Espanha.
“O javali é um drama. O concelho, dentro de pouco tempo, passa a ter mais javalis do que pessoas. O javali, se não tiver onde se alimentar, ataca as pessoas”, afirmou Orlando Alves, presidente do município do norte do distrito de Vila Real que faz fronteira com a Galiza (Espanha).
O autarca, citado em comunicado, considerou que este território “é vítima da discrepância de calendário que existe entre Portugal e a Galiza”, porque “os animais nas zonas raianas, a partir do mês de agosto, época onde são realizadas as batidas na Galiza, passam a refugiar-se em Portugal”, uma situação que, depois, se arrasta “até outubro”, em plena época das colheitas.
“Saem onde são perseguidos, instalam-se por aqui e não há campo nem sementeira que sobreviva”, apontou.
Orlando Alves disse que a câmara já deu conhecimento desta situação ao anterior ministro do Ambiente, à direção nacional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e, mais recentemente, à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
“Infelizmente, deixaram-nos com muitas promessas, mas depois chegam a Lisboa e tudo é esquecido”, lamentou.
O autarca socialista defendeu a necessidade de haver um “plano de ataque" a “este drama do mundo rural” que afeta a economia do território, e que, no seu entender, “passa pela oportunidade de, ao longo de todo o ano, serem feitos abates (batidas) sistemáticos e devidamente autorizados”.
“Queremos que esta situação seja debelada. Isto não é um apelo do presidente da câmara de Montalegre. Isto é um apelo de todo o mundo rural porque todos estamos a ser vítimas do mesmo”, frisou.