O presidente da Câmara de Vila Real, o socialista Rui Santos, afirmou hoje que vai apresentar uma queixa no Ministério Público (MP) contra incertos, denunciando estar a ser vítima de uma campanha anónima de difamação.

“Tudo o que leram nesse documento é falso, desde as acusações aos supostos autores, o partido dos cobardolas conseguiu, no entanto, um dos seus objetivos, obrigou a que hoje eu esteja a reagir perante vós. Mas obrigou também a que, hoje mesmo, seja entregue uma queixa ao MP no qual acusaremos incertos, mas apresentaremos as nossas suspeitas sobre a autoria desta vergonha”, afirmou Rui Santos em conferência de imprensa.

Entre terça e quarta-feira, dias em que foram aprovadas as listas do PS às legislativas e de aniversário de Rui Santos, foi difundida através de e-mail, redes sociais e até em papel, espalhada por empresas, instituições ou casas particulares de Vila Real, uma carta anónima com sete páginas com acusações contra o presidente da câmara, vereadores, empresários e dirigentes do PS.

A carta supostamente foi enviada à Procuradoria-Geral da República e nela são relatados esquemas de corrupção e de tráfico de influências relacionados com negócios imobiliários, de contratação pública ou contratos com empresas.

A agência Lusa perguntou à PGR se tem em curso alguma investigação que vise o autarca de Vila Real, mas ainda não obteve resposta.

“Esse texto supostamente tem origem em trabalhadores do município, mas de facto é uma carta anónima, cobarde, sem rosto, que usa os trabalhadores do município como escudo para as suas intenção pessoais e política baixas e falsas”, afirmou Rui Santos, apontando como origem para esta campanha de difamação o “partido dos cobardolas”.

O ‘timing’ para a disseminação da carta está, segundo frisou, relacionado com os atos eleitorais que se aproximam como as legislativas, depois europeias e autárquicas em 2025.

“Não é segredo que fui convidado para encabeçar a lista do PS [às legislativas] e que havia muita gente convencida de que eu, de facto, encabeçaria a lista no distrito de Vila Real. Eu sempre afirmei que não trocaria o lugar de presidente de câmara por nenhum outro e que estar como presidente de câmara de Vila Real foi, é e será a minha prioridade e a maior honra da minha vida”, frisou.

E continuou: “Infelizmente, no entanto, o partido dos cobardolas apostou no contrário, acreditando que eu seria anunciado como candidato do PS, escolheram a data da aprovação das listas do PS para difundirem massivamente um verdadeiro folhetim que procura atingir uma série de cidadãos e as suas famílias apenas porque cometeram o crime de serem próximas de mim, do PS ou da câmara”.

Uma campanha difamatória que, segundo frisou, se repete ciclicamente desde 2013, quanto se candidatou e venceu, pela primeira vez para o PS, a câmara de Vila Real, com todas as queixas arquivadas.

“Não quero nem vou reagir às acusações que me são feitas em concreto, nenhuma. Repito, nenhuma delas é verdade. A possibilidade de me referir a elas seria dar-lhes algum crédito que não têm”, sublinhou.

No entanto, a ser verdade que a carta foi enviada para a PGR, Rui Santos disse esperar que o “MP investigue rapidamente, com grande profundidade, e que, como aconteceu em todas as situações anteriores, arquive este produto de ódio e de loucura”.

O presidente fez ainda uma referência a um órgão de comunicação social que, na quarta-feira à noite, fez uma notícia baseada na carta anónima, anunciando que irá também apresentar uma queixa contra esse órgão.

Rui Santos considerou que, para além dos tempos estranhos que se vivem na política, se vivem também tempos muito difíceis ao nível da informação e do jornalismo.

“Os jornalistas lutam e bem pelo direito e pela liberdade de informação e pelos seus direitos pessoais e profissionais, mas quando os jornalistas e os órgãos de comunicação social são os primeiros a lançar a ética e a deontologia ao chão em favor de informação falsa, são eles que estão definitivamente a matar a imprensa livre, um dos pilares da democracia”, afirmou.




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