«Ficámos perto do fim de irmos para a Bolsa, demos os últimos passos mas acabámos por não ir. Ao contrário do que se pensa não é difícil, o que existe são mitos», afirmou Mário Ferreira.
"O que falhou? O país estava a entrar numa crise profunda e acho que os bancos já estavam a ver que precisavam de preservar as boas empresas. Conseguimos ter tudo preparado, não recuámos, cumprimos até agora tudo o que planeámos", disse o presidente da Douro Azul.
O responsável revelou que "para o próximo ano pretendemos crescer 35% a 40% e vamos ter duas novas embarcações que estarão concluídas em março".
"O caricato é que hoje afirmo que ainda bem que não entrei em Bolsa, porque os custos seriam bem superiores", disse Mário Ferreira.
O presidente da Douro Azul salientou que "vamos ter um crescimento sustentável".
"Conseguimos financiamento a 10 anos, bancário e normal, com colateral um navio e nada mais. Houve outra operação no valor de 11 milhões de euros, internacional e mais sofisticada e muito feita na Alemanha, que fizemos e que tem a ver com famílias que gostam de investir no shipping e investem em fundos e cada navio é um fundo, que tem um rating. Quando avaliaram o nosso negócio o risco eram os nossos clientes em Portugal", revelou Mário Ferreira.
O presidente da Douro Azul salientou que "houve muitas injustiças e quem podia pagar aos bancos era mais apertado. Fiquei mais amigo desses bancos internacionais, que nunca me deixaram de apoiar".
"Existem agora instrumentos fantásticos para as PME em dificuldades, que são os PME Investe, que têm feito coisas fantásticas. Para as empresas mais aflitas é bom quando os bancos ajudam mais", sublinhou.
"Não tenho interesse [ir para a Bolsa] mas agradeço o interesse contínuo da Bolsa de Lisboa. Temos sido abordados por outros mercados internacionais, como por exemplo o espanhol. Neste momento, as PME que pensam em financiar-se nos mercados não compensa. Consigo o financiamento a metade do preço junto da banca. mas para fusões e aquisições talvez seja uma boa alternativa", revelou o presidente da Douro Azul.
"Não tenho problema de crescimento, não tenho problema de financiamento. Estamos com investimento de 70 milhões de euros em três anos, o que é muito para uma PME. Com o mercado nacional, internacional, ou com produtos, existem alternativas para crescer", acrescentou.