O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) esclareceu hoje que não é cobrado qualquer valor aos pilotos pela inscrição nas corridas de Vila Real, “ao contrário do que acontece nas outras provas”.

Ni Amorim respondia às declarações do presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, que esta manhã questionou os valores cobrados pela FPAK para as provas nacionais do Circuito Internacional, cuja 51.ª edição se realiza este fim de semana e que inclui a quinta etapa da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR).

“Temos uma política com os pilotos nacionais em que não cobramos taxas adicionais, ao contrário do que acontece no resto das provas. Ou seja, a Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR) faz o preço aos promotores, que debitam aos pilotos nacionais e a FPAK não ganha um euro com isso, porque este já é um fim de semana muito importante e no qual a federação ganha dinheiro”, frisou Ni Amorim, sublinhando ainda que “o valor que os pilotos nacionais pagam depende daquilo que a APCIVR lhes cobra”.

Rui Santos queixou-se, ainda, do valor pago à FAPK pela taxa de inscrição do WTCR, mas Ni Amorim garante que é um valor mais baixo que as congéneres europeias cobram.

“Em relação à taxa que cobramos pelo WTCR (70 mil euros), é bastante inferior ao que se paga, por exemplo, em Espanha (90 mil euros). Na semana passada, em Aragão, a taxa foi mais cara do que em Portugal. Temos a política de termos uma taxa mais baixa do que as nossas congéneres europeias”, destacou o presidente da FPAK.

Ni Amorim concorda que é um valor elevado mas que “é caro por natureza, como é cara a Fórmula 1, o Mundial de ralis, o WTCR, porque as taxas da FIA [Federação Internacional do Automóvel] são muito caras”.

O dirigente federativo diz reconhecer “que a Câmara de Vila Real tem poucos apoios governamentais e de entidades como, por exemplo, o Turismo de Portugal”.

“Da nossa parte fazemos o que podemos. Temos candidatado sempre a prova a um apoio do IPDJ [Instituo Português do Desporto e Juventude], que tem sido conseguido todos os anos, que amortiza e baixa os custos à organização. Mas poderia ir-se mais além. Só que isso depende das entidades do Governo e a Federação não tem como convencer o Governo a fazer mais do que aquilo que faz”, sublinhou.

Ni Amorim disse ainda compreender “que há outros desportos que têm mais facilidade em arranjar dinheiro do Governo, como o futebol”, mas sublinhou que a de “Vila Real é uma das poucas provas do panorama internacional que se realizam em Portugal que tem o apoio do IPDJ e quem trabalha esse apoio é a FPAK”.

Por isso, Ni Amorim considera que “as declarações do presidente não são um ataque à FPAK mas à falta de apoio das entidades”.

“Isto é uma grande festa, um fim de semana fantástico para os adeptos e os pilotos e acho que ele [Rui Santos] tem razão. O Turismo e o Governo poderiam comparticipar com mais dinheiro um evento que é muito caro e que a Câmara faz um esforço muito grande para que se realize”, concluiu Ni Amorim.

A 51.ª edição do Circuito Internacional de Vila Real integra a quinta etapa do WTCR bem como provas do Campeonato de Portugal de Velocidade, do Campeonato de Portugal de Clássicos e de Legends e da Taça Kia Picanto.



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