A presidente da Câmara de Montalegre, Fátima Fernandes, encabeça a candidatura socialista àquele município, assumindo como prioridades “as pessoas”, apoiar a fixação de jovens, o empreendedorismo e a saúde e uma grande preocupação com a exploração mineira.
“Nós trabalhamos já há muitos anos sempre em prol das pessoas e em prol do nosso território, no sentido de este ser cada vez mais atrativo e ter as condições para as pessoas terem qualidade de vida e terem onde ir buscar rendimentos”, afirmou hoje a candidata pelo PS à agência Lusa.
Fátima Fernandes, 59 anos, assumiu a presidência da Câmara de Montalegre em outubro de 2022, depois da renúncia do então presidente Orlando Alves, que foi detido no âmbito da operação Alquimia.
“Continuaremos nesta aposta de divulgação do território, criando as infraestruturas que são necessárias, seja de índole social ou mais direcionado para o empreendedorismo e para a economia, no sentido de criar emprego e de ter um concelho que seja atrativo para residir e visitar”, salientou, lembrando que o município possui um gabinete para apoiar o empreendedorismo.
A atenção estará também centrada na beneficiação da rede viária, em obras nas freguesias, na construção do centro de recursos e incubadora, do pavilhão multifunções em Salto, obras no centro de saúde e no polo de Salto, bem como na promoção de mais valências na área da saúde como fisioterapia, nutrição e saúde mental.
A autarquia do norte do distrito de Vila Real continuará a apostar em eventos que atraem muitos visitantes a dão projeção ao território como a sextas-feiras 13, o desporto motorizado ou a feira do fumeiro.
“Trazer muitas pessoas ao concelho gera dinâmica e gera economia”, defendeu.
A grande preocupação para os próximos anos é a mina de lítio que a Lusorecursos quer explorar na zona de Morgade e que obteve viabilização ambiental pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) em setembro de 2023.
“Estaremos sempre na linha da frente para, de forma objetiva, se pesarem os prós e os contras. Até ao momento, aquilo que verificámos neste projeto é que a parte negativa suplanta aquela que poderia ser positiva e o retorno económico que poderia haver”, referiu.
Por isso considera que é obrigação do município chamar a atenção para questões prioritárias, como as pessoas “que têm o direito de viver no espaço onde viveram toda a vida e tem direito a manter a sua propriedade”, bem como para “a água”.
“É preocupante, seja a quantidade de água que é necessária para a exploração, seja a preservação desse bem que é essencial para o consumo humano, para a alimentação dos animais, para a agricultura ou para a produção de energia”, sublinhou.
Montalegre é parte do Barroso Património Agrícola Mundial. “Temos um contrato e, portanto, nós não podemos, em nome não sei exatamente de quê, andar a desvirtuar e fazer cair contratos. Montalegre afirma-se todos os dias naquilo que é a sua identidade e autenticidade”, frisou.
A candidatura do PS assume o lema “Prometemos, cumprimos”.
Antes de assumir a presidência, Fátima Fernandes desempenhava o cargo de vereadora a tempo inteiro do município, tendo sido membro da Assembleia Municipal de Montalegre entre janeiro de 1994 e outubro de 2005, e professora de português e latim.
A autarca é também presidente da concelhia do PS de Montalegre e, em comunicado, esta estrutura informou que elegeu por unanimidade Fátima Fernandes para cabeça-de-lista do PS para as eleições autárquicas de 2025”,
Em 2021, o PS, então liderado por Orlando Alves, venceu as eleições autárquicas em Montalegre com 51,17% votos (3.837 votos) e conquistou quatro mandatos, enquanto a coligação PSD/CDS-PP conseguiu 42,35% (3.176 votos) e três mandatos.
Em 2025, as eleições autárquicas devem decorrer em setembro ou outubro.