O presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar , Domingos Dias, perdeu os poderes delegados, na sequência de uma proposta apresentada, ontem, em reunião do Executivo, pela vereadora do CDS-PP, Sandra Rodrigues, e que mereceu os votos favoráveis dos dois vereadores socialistas.
O autarca deixa, a partir de agora, de poder lançar obras de valor acima dos 125 mil euros sem a aprovação da maioria na Câmara, que o PSD não detém. Até aqui, e por delegação de competências de Outubro de 2004, podia fazê-lo até um tecto de 750 mil euros. Deixa, ainda, de poder decidir sozinho as licenças de habitabilidade e construção, a aquisição de bens de valor superior a cinco mil euros, e o que é editado no boletim municipal, entre outras coisas.
Domingos Dias considera aquela situação \\"uma retaliação pelo fim da coligação eleitoral PSD/CDS-PP\\" e garante que \\"quem fica a perder são os munícipes de Vila Pouca, que terão de esperar mais tempo pela resolução dos seus problemas\\".
Sandra Rodrigues recorda \\"Em Fevereiro, o presidente retirou-me os pelouros, justificou apenas que a lei assim lho permitia. Eu, como vereadora, também fiz o que a lei me permitia\\".
Já o Partido Socialista, pela voz da vereadora Feliciana Andrade, refere que \\"o PS só foi coerente com a sua posição desde o início\\". \\"Na reunião em que foram delegados os poderes, fomos contra e questionámos sempre a sua grande abrangência. Agora, o senhor presidente vai ter de ser mais democrático, sensato, dialogar e moderar o feitio com a Oposição\\", acrescentou.
Com esta decisão, Domingos Dias passa a ver a sua acção bastante limitada, já que o PSD tem apenas dois vereadores eleitos, o mesmo número que o PS, enquanto o CDS-PP elegeu Sandra Rodrigues.