Os 25 presidentes de junta do concelho de Montalegre manifestaram o seu “apoio” e “total confiança” nos presidente e vice-presidente da câmara (PS), constituídos arguidos em julho no âmbito de uma investigação da Polícia Judiciária (PJ).

Os autarcas de freguesia do concelho do distrito de Vila Real - 19 PS, três PSD/CDS-PP e três independentes - assinaram uma declaração, divulgada hoje, na qual expressam “total confiança pessoal e política” no presidente, Orlando Alves, e vice-presidente, David Teixeira, manifestando-lhes ainda “todo o apoio pessoal e institucional”.

“Ao tomarem conhecimento das denúncias feitas pelos vereadores do PSD acerca da atuação da câmara municipal e das juntas de freguesia e que levaram à vinda da PJ e à constituição de arguidos dos presidente e vice-presidente, vêm, desta forma, manifestar o seu descontentamento e a sua repulsa por tal comportamento que apenas visa o interesse próprio e ódio pessoal, promovendo a divisão entre instituições e barrosões”, afirmaram os autarcas no documento.

Contactado pela agência Lusa, o vereador da oposição PSD/CDS-PP José António Carvalho de Moura considerou que a declaração subscrita pelos presidentes de junta representa uma “atitude de desespero” por parte do presidente da câmara “à procura de apoios” para “tentar branquear o que aconteceu”.

Quanto aos autarcas do PSD/CDS-PP e independentes que também assinaram o documento, Carvalho de Moura disse “estranhar”, mas revelou não ter ficado surpreendido porque “nesta terra existe uma certa autocracia e quem não alinhar com o poder fica marginalizado e não pode contar com nada”.

Relativamente à denúncia que esteve na origem da busca da PJ, o vereador do PSD salientou ter tido conhecimento de que “foi anónima”, embora assuma que foram remetidas “algumas exposições” para o Ministério Público (MP).

“Nós assinámos todas as exposições que fizemos ao MP e não são anónimas (…). Sobre a denúncia anónima eu não posso dizer nada e concluir-se que foram os vereadores do PSD parece-me um pouco desacertado”, frisou.

Em comunicado divulgado a 08 de julho, a Câmara de Montalegre revelou que a PJ se deslocou aos Paços do Concelho com “o objetivo de cumprir um mandado de busca e apreensão”.

Sem identificar o tipo de processo em investigação, a nota acrescentou que este foi “emitido no âmbito de um processo iniciado com uma denúncia”.

No comunicado, assinado pelo presidente da câmara, Orlando Alves, este confirma que foi constituído arguido, assim como o vice-presidente da autarquia, David Teixeira, estando ambos sujeitos à “medida de coação menos gravosa”, o termo de identidade e residência.

Os autarcas, assim como a câmara, “manifestaram total disponibilidade para colaborar com as autoridades”.

Foto: António Pereira



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