Um jovem de 18 anos foi baleado, anteontem à noite, em Montalegre, acabando por morrer, ao final da manhã de ontem, no Hospital de Santo António, no Porto. O presumível autor do disparo tem 25 anos e,já se entregou á policia na cidade do Porto.
O trágico incidente ocorreu pouco tempo depois do jogo da final da Taça de Portugal, entre o Benfica e o F. C. Porto, à saída de um parque de estacionamento, junto a uma das artérias mais movimentadas da vila de Montalegre.
Segundo o JN apurou, o homicídio terá sido provocado por questões futebolísticas, já que a vítima, João Francisco Monteiro, era um fervoroso adepto do F. C. Porto e o autor do disparo seria admirador do Benfica.
Depois de uma troca de palavras e buzinadelas, João Francisco terá saído do carro - onde seguia com dois amigos - dirigindo-se ao veículo conduzido pelo alegado homicida, a quem deu "um ou dois murros". Este terá ripostado com um tiro à queima-roupa, fugindo de seguida.
Brigas antigas
"Foi tudo muito rápido. Quando me apercebi da situação, só vi o João Francisco a contorcer-se e a deitar as mãos à barriga", contou, ao JN, uma pessoa que se encontrava perto do local do incidente.
No entanto, há uma outra versão, segundo a qual o jogo não seria o motivo principal, mas uma espécie de "gota de água", pois, entre ambos, já existiria uma relação pouco amistosa.
Ao que tudo indica, os dois rapazes já se teriam envolvido em conflitos noutras situações. João Francisco e o grupo de rapazes com quem habitualmente andava (com fama de ser quezilento, na vila), já teriam dado uma "tareia" ao outro jovem, danificando-lhe, inclusive, o carro. O caso foi entregue à Polícia Judiciária, que prosseguia, ontem, com as diligências para a localização e captura do autor do disparo.
Familiares à procura
O suspeito da prática do crime, natural da aldeia de São Pedro, trabalhava numa empresa de alumínio, na localidade da Carreira da Lebre, em Boticas, desconhecendo-se, até à hora do fecho desta edição, o seu paradeiro. No entanto, o jovem já terá telefonado à família, embora não tenha revelado onde se encontrava, segundo disseram a mãe e a irmã, que, durante a manhã de ontem, andavam em Montalegre à procura de quem lhes pudesse contar o que terá acontecido. "Só queremos saber a verdade", diziam, ainda em estado de choque, as duas familiares do suspeito.