A primeira edição da Bienal do Granito realiza-se entre maio e setembro em Mondim de Basto para divulgar o setor, que emprega 160 pessoas no concelho, impulsionar a criação de novos produtos e ‘designs’ mais atuais.
“A indústria extrativa tem um papel fundamental na economia do concelho. Acreditamos que a valorização e a diferenciação dos produtos podem favorecer o investimento em atividades de base inovadora e aumentar a capacidade de iniciativa do tecido empresarial local”, afirmou hoje Paulo Mota, vereador do município do distrito de Vila Real.
A abertura oficial da bienal acontece no sábado, nos paços do concelho de Mondim de Basto.
“Pretende-se aproximar os nossos industriais, que exploram o granito amarelo, da academia. E queremos que os escultores e ‘designers’ tomem contacto com este material e o usem nos seus trabalhos”, salientou o autarca à agência Lusa.
O destaque desta primeira edição vai precisamente para a cultura, ‘design’ e escultura e quer envolver profissionais, estudantes e artistas na criação de novos produtos para o mercado, estimular o desenvolvimento de novos materiais em granito, a introdução de ‘design’ nos produtos atuais, assim como o estudo técnico do granito.
Os ‘designers’ serão desafiados a desenvolverem trabalhos em áreas como o mobiliário urbano ou utilização doméstica.
“Queremos que pensem em soluções inovadoras para o granito que atualmente é mais usado na arquitetura e em impulsionar a transformação do granito a nível local”, sustentou Paulo Mota.
Nesse sentido, a autarquia estabeleceu parcerias com a Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, com a Universidade do Porto e com a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo.
O objetivo é que, estas instituições, através dos seus cursos de ‘design’ ao nível de licenciatura e mestrado, façam novas abordagens ao granito e desenvolvam novas peças.
Por sua vez, as empresas locais vão apoiar a execução dos projetos académicos, disponibilizando, por exemplo, os seus meios tecnológicos.
De acordo com Paulo Mota, os projetos de ‘design’ vão ser apresentados em junho e as esculturas em setembro, altura em que encerra a primeira edição da Bienal do Granito.
Durante este período decorrem ainda o primeiro simpósio de granito de Mondim de Basto e o encontro de negócios do granito.
A iniciativa realiza-se no âmbito do programa financiado Mondim Coopera, que conta com a parceria do Núcleo Empresarial de Mondim de Basto.
Naquele concelho existem 22 pedreiras em laboração que empregam cerca de 160 pessoas, 20% das quais não pertencem ao município.
A maior parte destas pedreiras tem uma pequena atividade de transformação associada, cujos produtos se destinam, essencialmente, à construção civil. O granito extraído em bruto destina-se, em grande parte, para exportação com uma percentagem elevada para Espanha.
Trata-se ainda de uma atividade que dá também um grande impulso à economia paralela ligada à restauração, gasolineiras e oficinas mecânicas.