A Banda Filarmónica de Freixo de Espada à Cinta, uma das instituições mais afectadas pela enxurada que, no passado dia 9 de Setembro, espalhou água, lama e prejuízos naquela vila, voltou a dar música, graças a ajuda solidária.

Os prejuízos causados pela intempérie foram calculados em cerca de 100 mil euros. No entanto, a determinação dos elementos da Banda e o apoio de várias empresas privadas e instituições locais já angariaram, até ao momento cerca de 19 mil euros, um montante que permite à filarmónica \"reerguer-se\" e retomar a actividade. De salientar que a solidariedade com a filarmónica estendeu-se de Norte a Sul do país.

Na altura da enxurrada, que afectou 21 famílias, destruiu estabelecimentos comerciais, e campso agrícolas, inundou casas, danificou 50 carros e vários equipamentos municipaism a banda de música perdeu praticamente todo o espólio instrumental, fardas e partituras entre mobiliário que se encontrava na sua sede, local onde a água chegou a mais de três metros de altura.

Caos, pedras e lama

Recorde-se que, em apenas duas horas, as águas, provavelmente devido ao mau assoreamento do ribeiro que atravessa a parte central da localidade subiran três metros, arrastando o q ue encontravam pela frente (muitos animais doméscitos morreram) e deixando para trás um cenário de caos, pedras e lama.

\" Lentamente temos conseguido erguer toda a estrutura. Não como nós queríamos, mas dentro das possibilidades permitidas . Para já, estão alguns instrumentos em reparação, mas o essencial está reposto,\" avançou, ao JN, António Morgado, presidente da colectividade.

A banda de música já \"agradeceu\" a quem foi solidário na recuperação da colectividade com um concerto de Natal, realizado em Freixo de Espada à Cinta. Foi também uma forma de dizer que a instittuição, afinal, está pronta a retomar a sua normal actividade, depois de ter vivido meomentos de desespero na ltura da enxurrada em que o fim chegou a ser encarado como certo .

O concerto, porém, foi dado sem que os 40 elementos da banda apresentassem o habitual fardamento, poucas coisas em falta, havendo já verba disponível para sua aquisição. \" As medidas já foram tiradas a todos os músicos faltando apenas a confecção. Por alturas da Páscoa,estaremos aptos para aceitar contratos,\" realçou o responsável.

Passados cerca de quatro meses após a enxurrada, ainda não foram prestados quaisquer apoios por parte do Ministério da Cultura, apesar de promessa feitas. \"Até agora só a boa vontade das pessoas é que nos tem valido. Há conhecimento das intenções do ministério em ajudar com uma verba, mas, para já , ainda não recebemos nada. Vamos aguardar,\" refere António Morgado.



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