O primeiro-ministro anunciou ontem, na Régua, o empenho do Governo em dotar a via navegável do Douro de condições para integrar a rede de transportes marítimos, um dos pilares fundamentais da política de transportes na União Europeia.
Durão Barroso, que falava no decorrer da inauguração do Sistema de Comunicações de Segurança da delegação do Douro do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, salientou que o rio se pode constituir como uma via de comunicações mais sustentável do ponto de vista económico, social e ambiental.
Segundo referiu, esta via pode ligar o norte de Portugal e o noroeste de Espanha com a Europa central e do Norte e a África mediterrânica.
O chefe do governo referiu que este rio possui características internacionais e tem condições para a navegação de todo o tipo de embarcações de turismo, recreio, desportivas, fluviais e de transporte de mercadorias, e, por isso, se "assume como uma das principais vias de acesso a esta região".
Salientou a importância das vias navegáveis internacionais de outros países na aceleração das economias regionais e de redução das assimetrias.
Considerou que esta via navegável contribui para a desaceleração do tráfico rodoviário, pois ajuda a reduzir os congestionamentos de tráfico, reduz as emissões de dióxido de carbono e reduz, também, os custos de transporte, viabilizando as actividades económicas em que o custo dos transportes tem um peso relevante.
Durão Barroso sublinhou os contactos com a vizinha Espanha e referiu que o Douro poderá ajudar a dar um maior impulso às regiões de Portugal e de Espanha.
Referiu ainda que o Douro e a via navegável do Douro poderão ser mesmo um dos temas da próxima cimeira luso-espanhola que se realizará em Outubro, na Galiza.
O primeiro-ministro salientou a importância que o Governo confere aos projectos de navegabilidade do Douro, que, através do turismo fluvial, das navegações de recreio e desportiva e da pesca tradicional, contribui também para a formação dos jovens e para o desenvolvimento dos pequenos aglomerados ribeirinhos.
Referiu as grandes obras que vão permitir que o rio se assuma como uma grande via de penetração no interior do país e em Espanha, e que vão assegurar a navegação comercial e potenciar ainda mais a turística.
Salientou os molhos do Douro, na foz do rio, e o projecto de aprofundamento do canal junto à foz do rio Tua, que vai permitir a circulação de embarcações de maior dimensão entre o Pinhão e a fronteira com Espanha.
Segundo referiu, o PIDDAC para este ano destinou 21,5 milhões de euros destinados ao desenvolvimento de infra-estruturas de apoio à navegação fluvial, representando o "maior investimento alguma vez feito na navegação".
Na sede do IPTM, Durão Barroso inaugurou o sistema de comunicações de segurança via rádio, que entrou hoje em funcionamento, e que é "indispensável para a segurança da navegação fluvial no Douro".
Para o responsável, o elevado número de embarcações que sobem o rio e os cerca de 200 mil turistas que no ano passado visitaram a região tornaram imperativa a instalação destes sistemas que vão garantir a operacionalidade da via e evitar situações de catástrofe.
O primeiro-ministro inaugurou ainda o cais fluvial de Porto do Rei, em Resende, que representa um investimento de cerca de um milhão de euros.
Durão Barroso deslocou-se ao Douro para, durante uma viagem de barco entre a Ferradosa e o Peso da Régua, apresentar também o Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro, que pretende criar as condições para o desenvolvimento sustentável desta região.
Na Régua, o primeiro-ministro visitou ainda a exposição "Jardins Suspensos", que pretende servir de base à exposição permanente desta unidade museológica, que ainda está em fase de instalação.
Durão Barroso referiu que a Fundação que vai servir de suporte institucional ao museu será criada "dentro de alguns meses", acrescentando que este processo se encontra em fase de promulgação.
O primeiro-ministro acabou o passeio pelo Douro na Casa Viscondes de Várzea, no concelho de Lamego, onde foi entronizado como o primeiro confrade de honra da Confraria do Espumante.
