Uma das meninas dos olhos do primeiro-ministro José Sócrates, o programa de novas concessões rodoviárias, ainda mal começou, mas já está a sentir os primeiros tropeções.

A crise financeira internacional não perdoa e os bancos portugueses não têm capacidade para assegurar o financiamento de um programa de concessões que, só no campo das auto-estradas, representa mais de três mil milhões de euros de investimento nos próximos anos. Daí que os consórcios concorrentes às concessões de auto-estradas de Trás-os-Montes (Auto-estradas Transmontana e Douro Interior) tenham pedido à Estradas de Portugal o adiamento das datas para entrega das propostas finais. Mas, também porque existem problemas ao nível técnico, designadamente de traçados que parecem não ser os mais aconselháveis e os economicamente mais eficientes. Depois de vários dias de braço-de-ferro e de múltiplos contactos com construtoras e bancos, o Governo cedeu. Mesmo correndo o risco de este adiamento representar a quebra da promessa assumida por José Sócrates em Novembro do ano passado, de que as auto-estradas em causa estariam prontas em 2012. Esperemos que não seja caso para recuperar o adágio de que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita.



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