«Cerca de 200 espaços comerciais, entre estabelecimentos e gabinetes ou escritórios, mudam de mãos em cada ano que passa, em Vila Real».

Quem o afirma é o presidente da Associação Comercial e Industrial, Fernando Cardoso, que aponta como principal razão \"a crise económica, mas também a falta de empregos, que obrigam as pessoas em idade activa, sobretudo os jovens, a apostar no auto-emprego, nem sempre nas áreas com maiores necessidades em termos de mercado\".

Ainda segundo aquele responsável, \"muitas empresas abrem e fecham ao fim de oito meses, um ano ou ano e meio; mesmo com apoios concedidos, não se aguentam no mercado muito tempo\".

Preocupada com esta e outras questões, a Merval - Empresa Municipal criou um Observatório do Comércio, que segundo o vereador do pelouro do Desenvolvimento Económico, Domingos Madeira Pinto, \"está a efectuar um diagnóstico rigoroso sobre toda a actividade comercial na cidade\".

Urbano Miranda, director da Merval, explica que o objectivo é \"recolher elementos que sirvam de base de trabalho com vista à criação de empresas no futuro\". Um estudo que, \"dentro em breve, poderá abranger a contagem do número de pessoas que circulam no cCentro Histórico e quanto gasta cada família de Vila Real em calçado, roupas ou produtos de mercearia ou higiene\", refere.

O Observatório do Comércio já recolheu elementos que permitem aferir o peso do sector no município e no distrito, onde existem cerca de 4000 estabelecimentos (grossistas e retalhistas), um quarto dos quais situado em Vila Real. O sector emprega mais de 9000 pessoas, no distrito, perto de um terço delas só na capital.

Quanto às actividades com maior peso, estas continuam a ser a restauração/cafetaria, que representa 16,5% da actividade comercial, sendo que na freguesia urbana de Nossa Senhora da Conceição ultrapassa os 20,3%. Seguem-se de perto o vestuário/calçado, com 15,6%. Os serviços (bancos, seguros, imobiliárias, agências de viagem) atingem, 10,66% e o sector da beleza (perfumarias, ourivesarias, cabeleireiros, ginásios) 8,82%. Os \"diversos\", dominados pelas chamadas \"lojas dos 300\" e lojas de cidadãos chineses, já ultrapassam os 5%.



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