Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública entregou, ontem, ao presidente da República, um documento em que lhe pede para que use da sua influência no sentido de resolver o problema dos salários em atraso na Casa do Douro. São 80 trabalhadores que ainda não receberam os vencimentos dos últimos dois meses e já perspectivam que não vão receber o ordenado de Setembro.

José Abraão, dirigente daquele sindicato, deseja que Cavaco Silva possa ajudar a resolver os desentendimentos entre instituições no Douro, nomeadamente entre o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e a Casa do Douro. Avança que \"falta pagar a segunda prestação de 2005 e a segunda de 2006 por intermédio do IVDP, relativa à prestação de serviços feita pela Casa do Douro\".

O responsável adianta que, neste momento, a dívida é de \"850 mil euros\" e supõe que só haverá pagamento dos salários quando essa transferência for feita. \"Se há dívidas da Casa do Douro ao IVDP \"que se entendam depois e que encontrem a melhor maneira de resolver as divergências\". Isto para que \"não sejam sempre os trabalhadores a pagar a factura duma situação da qual não têm qualquer culpa\". Este responsável denuncia que \"já existem situações de alguma pobreza entre os trabalhadores da Casa do Douro, muitos deles com a despensa vazia\".

Abraão espera que \"alguém olhe para este problema de uma vez por todas\". E esse alguém poderá ser o presidente da República, pois \"ele é conhecedor de alguns dos problemas da instituição\", dado que a primeira alteração institucional no Douro aconteceu em 1989, quando Cavaco Silva era primeiro-ministro.

Cavaco Silva, por sua vez, reconheceu e lamentou o problema que aflige a Casa do Douro e que a impede de satisfazer os seus compromissos com os tais 80 trabalhadores, recordando que os problemas da instituição duriense \"não são de agora\". \"Tenho esperança de que esta questão dos salários em atraso possa ser satisfeita o mais breve possível\", disse, apenas, o chefe de Estado.

Por outro lado, disse que é preciso \"olhar o futuro com esperança\", para que \"as próximas gerações no Douro possam ter melhor vida do que as actuais\".



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