A Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro) revelou hoje que está a promover um inquérito para obter “dados atualizados dos reais custos de produção” dos associados nas últimas campanhas.

Em comunicado, a Prodouro esclarece que se trata de uma parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), motivada pela “importância da determinação efetiva dos custos para produzir uva na Região Demarcada do Douro”.

Na quinta-feira, viticultores protestaram na Régua, distrito de Vila Real, contra o corte na produção de vinho do Porto e as importações de vinho, e pelo aumento do preço pago pela produção, alertando para uma situação de pré-catástrofe no Douro.

Durante o protesto, ficaram queixas sobre o preço pago pelas uvas, que não “aumenta há cerca de 25 anos” quando os preços dos fatores de produção aumentaram exponencialmente, sobretudo nos últimos dois anos.

Em maio, a ProDouro manifestou preocupações com a sustentabilidade dos produtores, numa carta aberta ao ministro da Agricultura, defendendo como prioridade a gestão da oferta e a valorização da produção.

A carta aberta surgiu a propósito da entrevista do ministro da Agricultura ao jornal Público, em abril, e já depois de um pedido de audiência conjunto feito a José Manuel Fernandes por parte de quatro organizações representativas da produção no Douro: a Federação Renovação do Douro, a Associação da Lavoura Duriense, a União das Adegas da Região Demarcada do Douro e a Prodouro.

“Aquilo que nos parece que é mais premente, que é mais prioritário, é gerir a oferta e valorizar a nossa produção”, afirmou à agência Lusa Rui Soares, presidente da Prodouro, após a divulgação do documento dirigido à nova tutela.

Na entrevista, o ministro da Agricultura revelou disponibilidade para ouvir os agricultores, alertou para o ‘stock’ de vinho por escoar e defendeu que “terá de haver um travão” nos apoios para novas plantações de vinha.

A vindima de 2023 ficou marcada por alguma agitação social no Douro porque, invocando dificuldades de vendas de vinho, grandes empresas não compraram ou compraram uvas em menos quantidade aos produtores.

“Ou nós resolvemos a questão da sustentabilidade do nosso negócio hoje ou então não sei como será o futuro”, desabafou.

Foto: Cesar Seixas



PARTILHAR:

PSP deteve em Bragança um homem de 51 anos por alegada violência doméstica

Bragança defende discussão da prevenção para evitar incêndios no Parque de Montesinho