A Feira do Fumeiro de Montalegre, que se realiza de 18 a 21 de janeiro, regista um aumento de produtores, para os 49, e participantes mais novos, garantindo a continuidade do certame, disse hoje a presidente do município.
Fátima Fernandes, que falava em conferência de imprensa, em Salto, concelho de Montalegre, no distrito de Vila Real, destacou o aumento de produtores na edição 2024 e de produtores mais novos, e isso é, na sua opinião, a “garantia de continuidade e a garantia deste saber ancestral passar de geração para geração e a afirmação do território”.
“Mais produtores aderiram, mais quantidade de produto foi produzido e aquilo que se espera verdadeiramente é uma grande enchente que vai levar rigorosamente tudo”, salientou a autarca do norte do distrito de Vila Real.
De acordo com a organização, este ano participam no certame 49 expositores de fumeiro, cinco novos produtores e com idades abaixo dos 30 anos, que, no total, terão à venda cerca de 50 toneladas de presunto, alheiras, salpicões ou chouriças, contabilizando-se também um aumento da quantidade de produto a vender. A feira conta com um total de 65 expositores.
Segundo Fátima Fernandes, a produtora mais nova a participar na feira tem 23 anos.
“Os nossos jovens têm aqui atividade, têm aqui futuro (…) Uma produtora com 23 anos é um facto notável”, destacou, referindo que a produção de fumeiro pode ser uma fonte de rendimento durante todo o ano.
Depois de uma década sem mexer no preço do produto, nesta edição verifica-se um aumento.
“O preço aumentou um bocadinho, há que dize-lo, mas o fumeiro não sofria um aumento de preços há mais de 10 anos. Considerando que houve um aumento nos custos de produção muito significativo, penso que é de todo justo que os produtos, que saem das mãos das nossas barrosãs, seja assim valorizado”, salientou.
Em comunicado divulgado em novembro, após uma reunião entre a organização e os produtores, foi referido que, relativamente aos preços a praticar na edição 2024, “em regra a subida é de dois euros”.
A qualidade é garantida, segundo Fátima Fernandes, através de uma “fiscalização muito apertada dos produtos que entram” no recinto.
“A feira não é só um espaço comercial, é um espaço cultural onde mostramos a nossa identidade”, salientou a autarca.
Para além de fumeiro, o certame também se faz de outros produtos como chás, compotas, licores, mel, batata e pão.
Fátima Fernandes aproveitou para realçar que, no concelho, se está a “tentar revitalizar a produção de centeio, que é cada vez mais valorizado devido à falta de cereal”.
A feira é organizada pelo município e Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã.