Cerca de 50 mil visitantes passaram este fim-de-semana pela Feira do Fumeiro de Montalegre, dinamizando a produção e comércio locais. Quase todos (94,3%) chegaram à região propositadamente para o evento e praticamente metade para uma primeira visita (47,6%). 

Na 29.ª edição, a Feira do Fumeiro de Montalegre surpreendeu com um aumento do impacto económico na região de 3,5% face ao ano anterior (5,7 milhões de euros, em 2019). Destaca-se que, a meio do dia de hoje, vários expositores já tinham esgotado o seu produto. De acordo com um estudo do Núcleo de Investigação do ISAG – European Business School, realizado em parceria com a Câmara Municipal de Montalegre3,2 milhões de euros foram gerados só no recinto.

Estudo de Público, de Impacto Económico e de Comportamento do Consumidor em Relação à marca “Fumeiro de Montalegre” foi aplicado pela segunda vez consecutiva e comprovou a atratividade desta celebração do mundo rural junto de público vindo de todo o país. 78,6% dos 50 mil visitantes chegaram de outros concelhos portugueses que não Montalegre.

Apesar da sua longa história, a Feira do Fumeiro de Montalegre não deixa de ser uma novidade e de atrair um renovado público, com a edição de 2020 a marcar a estreia de 47,6% dos visitantes. Verificou-se também que 66,5% dos visitantes não residentes no concelho de Montalegre não costumam vir a outros eventos promovidos na região, o que indica a forte atratividade deste evento.  Os visitantes foram unânimes em relação à satisfação global face ao evento (4,51 de 1 a 5). Destacaram igualmente a satisfação e a organização da feira (4,47 de 1 a 5).

Em quatro dias dedicados à excelência das iguarias locais, a sua qualidade e diferenciação ficou bem patente, com a alheira, a chouriça de carne, o salpicão e o presunto a serem os produtos mais comprados. A “qualidade do Fumeiro” foi mesmo o fator mais valorizado (4,46 de 1 a 5) na hora de decidir ir à Feira do Fumeiro, juntando-se a “reputação da feira” (4,42 de 1 a 5) e a “possibilidade de conhecer produtos regionais” (4,38 de 1 a 5) como outros motivos em destaque.

O estudo do NIDISAG avaliou também o comportamento dos visitantes enquanto consumidores de fumeiro, denotando o consumo de pelo menos uma vez por mês como o mais frequente (37,3%). O local preferido para a compra do fumeiro são mesmo as feiras tradicionais (32,4%) ou a compra diretamente ao produtor (23,9%).

Entre os objetivos do estudo, esteve ainda a avaliação da forma como a marca “Fumeiro de Montalegre” é percecionada. Aqui confirmam-se os elevados níveis de concordância em relação à procura e à possibilidade de compra, no futuro, de produtos desta marca (4,49 e 4,44 de 1 a 5, respetivamente). Os níveis de satisfação são atestados com 89,9% a indicar que serão recomendados os produtos da marca “Fumeiro de Montalegre”.

 

Tabernas do Alto Tâmega | Nova identidade

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Integrada no programa da 29.ª Feira do Fumeiro de Montalegre, foi lançada oficialmente a nova identidade das Tabernas do Alto Tâmega. A apadrinhar a sessão esteve a Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, que deixou a garantia que o Interior irá receber 140 milhões para aplicar em «inovação, competitividade, recursos humanos altamente qualificados e no pequeno investimento».


Referir que a Rede de Tabernas do Alto Tâmega foi criada pela Associação da Região do Alto Tâmega (ADRAT), em 2004, com o intuito de preservar e conservar os hábitos e cultura transmontanos, com a implementação de um novo conceito de restauração assente em preceitos familiares e tradicionais, onde, mediante reserva, o público em geral podia degustar produtos e pratos regionais em cozinhas locais que eram, por si só, sinónimo máximo da cultura popular regional. Inicialmente a rede era composta por 12, pretendendo ser estendida até 20 tabernas.

PROMOÇÃO ALÉM FRONTEIRAS

Em 2018, a Associação da Rede, concorreu ao programa Valorizar - Linha de apoio à Valorização Turística do Interior, do Turismo de Portugal, para desenvolver e consolidar a Rede de Tabernas nos seus municípios - Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar - e promovê-la aquém e além fronteiras, assumindo-se como um produto gastronómico de referência e com grande potencial de ser alargado ao restante território nacional.

ECONOMIA CIRCULAR

As Tabernas do Alto Tâmega são a personificação da sustentabilidade. A chamada economia circular tem aqui a sua expressão máxima, uma vez que tudo o que é consumido é produzido localmente, pelos próprios taberneiros, ou na região, com exceção para o arroz e o bacalhau. A receção é feita nas próprias casas onde os anfitriões taberneiros assumem o papel de produtores e cozinheiros. Acendem o lume e preparam tudo para uma refeição farta, mas enraizada na sazonalidade e no receituário local. Cada casa tem o seu tempero, a sua forma de receber. Ir a uma taberna não esgota a experiência. Apenas aguça a vontade de regressar.

TEM A PALAVRA

Isabel Ferreira | Secretária de Estado da Valorização do Interior

«Temos um investimento de 140 milhões de euros para financiar o Interior. Estamos a preparar um conjunto de avisos para financiar inovação, competitividade, recursos humanos altamente qualificados e pequeno investimento, no sentido de termos uma dotação específica para os territórios do Interior e, também, critérios adaptados à realidade. Também é muito importante olhar para o pequeno comércio que dinamiza a economia local. É uma prioridade para nós. Preparamos ainda medidas para as Instituições Particulares de Solidariedade Social. São apoios a que queremos dar seguimento já em fevereiro. A rede de Tabernas do Alto Tâmega é uma ideia inovadora. Pegaram num conceito tradicional que estava abandonado. A Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega é um exemplo. Tem um trabalho e uma estratégia muito definidos para o território. Esta iniciativa tem muito potencial. Aproveita recursos endógenos de alto valor acrescentado como o fumeiro. Era muito interessante internacionalizar esta marca. Pode constituir um percurso turístico muito atrativo».

Orlando Alves | Presidente da Câmara de Montalegre

«É uma ideia revitalizadora do território. Estamos a envolver as pessoas e a trabalhar aquilo que a produção local consegue, transformando as coisas, dando-lhes o palato que a exigência do consumidor impõe. Esta rede de tabernas é dinamizadora da economia local. É potenciadora do setor da gastronomia e da restauração e, naturalmente, condimento para a promoção do território e para a sobrevivência de todos o que optamos por aqui nos radicarmos».

Albano Álvares | Coordenador da Rede de Tabernas do Alto Tâmega

«A rede de tabernas já existe desde 2004. Agora pegamos naquelas que anda funcionavam, mas que estavam a perder alguma dinâmica. Queremos revitalizá-las através de uma candidatura ao programa Compete 2020. Pretendemos divulgar a gastronomia, a paisagem e os produtos locais. Queremos que as pessoas visitem os concelhos do Alto Tâmega e que possam usufruir de uma gastronomia genuína e tradicional».

António Montalvão Machado | Secretário Geral da ADRAT

«Em 2004, a ADRAT foi a grande dinamizadora deste projeto. É bom ver que, passado este tempo, este projeto tem pernas para andar, tem autonomia e capacidade para andar. Isto é um bom exemplo daquilo que se pode fazer. É um bom exemplo daquilo que podemos fazer e que se traduz no sucesso».

 

Fotos: CMM


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