Um professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desenvolveu um jogo eletrónico para ensinar contabilidade e a sua utilização revela “um aumento” da motivação, concentração e aprendizagem percebida, anunciou hoje a academia transmontana.
A ideia de utilizar o conceito de jogo eletrónico (gamificação) para ensinar os estudantes nas unidades curriculares de contabilidade foi desenvolvida “desde o zero” para o projeto de doutoramento de Rui Silva e foi testada e utilizada por cerca de 2.000 alunos de várias universidades e institutos politécnicos em Portugal.
Os resultados do “AccountinGame”, segundo o docente da Escola de Ciências Humanas e Sociais da UTAD, mostram que “a motivação para o estudo, o número de horas de estudo, a concentração, a atitude, a aprendizagem percebida e a autonomia aumentaram nos estudantes que utilizaram o jogo”.
O autor da plataforma salientou que a “utilização de jogos em contextos de ensino tem crescido exponencialmente, em diversas áreas, desde o mundo empresarial aos sistemas de ensino”, sendo considerado uma forma “tecnológica persuasiva capaz de criar mudanças benéficas de atitude nos seus utilizadores, essencialmente ao nível motivacional”.
O professor disse ainda, em comunicado, que, apesar de os jogos educativos terem sido já testados em disciplinas como a matemática, a informática, engenharia, história, ciências sociais, geografia ou línguas, na “área da contabilidade, não obstante a existência de algumas plataformas educacionais, estas são raras em forma de jogo”.
Neste contexto de utilização, segundo Rui Silva, “a gamificação em geral e os jogos sérios em particular, aplicados em sala de aula pelos docentes, permite experienciar novas formas de estudar resultantes da aplicação de recursos capazes de serem viáveis e eficazes na promoção da motivação, imersão, atitude e aprendizagem percebida dos alunos do ensino superior de qualquer parte do mundo”.
A plataforma está acessível em www.jogosdegestao.pt a todos os que queiram testar conhecimentos na área da contabilidade, mas pode ser alargada a outras áreas, já que, segundo explicou a academia transmontana, a base da plataforma está criada e pode receber diferentes conteúdos de diferentes docentes e unidades curriculares.
De acordo com a UTAD, o “AccountinGame” aguarda agora o resultado do pedido de patente provisória submetido em abril deste ano.
Foto: UTAD - Investigador Rui Silva, junto do AccountinGame