Os pais de Fortunho, Vila Real, fecharam a cadeado a escola local para reivindicar a colocação de uma professora de apoio a tempo inteiro. O protesto ocorreu ontem de manhã e terminou com a intervenção da GNR.
A escola do primeiro ciclo do Ensino Básico de Fortunho, frequentada por 15 crianças, já dispõe de uma professora de apoio, mas apenas a meio tempo. \"Precisamos dela a tempo inteiro\", reivindicou a representante dos encarregados de educação, Irene Brás. \"Como os pais não estão contentes, decidimos, em conjunto, fechar a escola\", aduziu.
Em causa está o alegado mau comportamento de dois alunos. \"São hiperactivos e uma só professora não consegue controlar tudo\", salientou ainda Irene Brás, temendo que as restantes crianças \"possam ser prejudicadas\". \"Estamos a zelar pelos nossos filhos. Só queremos ter mais apoio\", acentuou Manuel Teixeira, um dos pais identificados pela GNR por serem responsáveis pela colocação dos cadeados no portão.
Apesar da intervenção da força de segurança, os pais não deixaram os filhos ir às aulas, como forma de prolongar um protesto que já encontrou eco no Agrupamento de Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral. \"Vamos até às últimas consequências\", garantiu Irene Brás. \"Não compreendo. Os pais não têm de fazer estas manifestações. Afinal, estão a querer menos um dia de aulas, pelo que não precisam de tanto apoio assim\", retorquiu o responsável do Agrupamento, António Carvalho.
O dirigente já havia explicado à representante dos encarregados de educação que \"não pode ser conforme os pais querem\" e que, sendo necessário gerir os recursos, vai ser estudada a possibilidade de \"dar mais algum apoio àquela escola\". António Carvalho recomendou à professora para se manter no local de trabalho e disponibilizou-se para reunir com os pais e explicar-lhes a situação.