Carta aberta à Profª Graça Castanho
(Conselheira para os assuntos do ensino português nos EUA e Bermuda) Em primeiro lugar quero-lhe desejar muita sorte na sua nova posição. Sabe-se que quanto mais pessoas envolvidas num objectivo comum, mais hipóteses teremos de concretizar um sonho. Mas, infelizmente e mais uma vez, o que vejo que está a faltar é a tal "união" que faz a força e não a "qualificação".
No nosso meio há professores bastante competentes e licenciados nos Estados Unidos no ensino de português. Têm havido numerosas conferências e seminários, tanto nos Estados Unidos como nos Açores, algumas das quais tenho participado.
Ouvem-se as queixas e as discussões, e fazem-se boas iniciativas. Aqueles presentes saem entusiasmadosS mas avançar parece impossível. Esmorece muito e faz perder esperança.
A iniciativa para deslocar professores de Portugal não vai remediar o caso.
É tempo de reunir aqueles que aqui lutam e têm lutado com imensa paixão, dia após dia, nas salas de aula para ensinar e manter vivo o português. São eles que têm as experiências próprias e que percebem os obstáculos. Eles têm usado muita criatividade para cativar o entusiasmo dos alunos.
Gostaria que a minha colega tivesse estado presente há una dias atrás para assistir a uma apresentação de uma nova série de textos para o ensino do espanhol, com vídeos, software, exames, e outros manuais suplementares.
Assim é que poderia compreender uma das nossas dores crónicas. Os editores nos Estados Unidos não vêem mercado lucrativo para o ensino de português.
Temos que lutar JUNTOS para as gerações futuras. Mas muitos estão a ficar cansados e, pior aindaS desimportados. Espero que os verdadeiros problemas sejam bem transmitidos. Acredito que só assim é que a Profª Graça Castanho nos poderá ajudar.
MaryLou Freitas
Taunton High School