As obras já em curso no âmbito do Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental, ou Programa Polis, na cidade de Bragança estão a evoluir "ao ritmo esperado". Esta é a garantia de Jorge Nunes, o autarca brigantino, que acrescenta que a operação Polis está a entrar em "velocidade cruzeiro", não obstante a morosidade que antecede o arranque de cada projecto em virtude das diligências administrativas.

Já existe uma equipa de técnicos contratada para a última fase de projectos, a fiscalização das obras também está já contratualizada e o gestor de obras, que deverá coordenar e acompanhar todos os projectos no terreno, está, também, em fase de contratualização. Estão pois criadas as condições para que "os prazos sejam cumpridos", avança Jorge Nunes.

Seguindo a calendarização inicial, a primeira fase das obras, já no terreno, só será usufruível pelos munícipes brigantinos a partir de meados de 2002. Trata-se do corredor verde do Fervença, que brindará a população brigantina com percursos pedonais ao longo das margens do rio, zonas verdes, zonas de estada e de recreio e ainda pontes pedonais de ligação entre as duas margens.

Este projecto entra na sua fase final no início do ano, data em que arranca a segunda fase do Polis.

Mas serão as terceira e quarta fases as "mais extensas", segundo Jorge Nunes, e também as que absorverão a maior fatia de investimento dos 6,4 milhões de contos do programa. O arranque desta última etapa, que dará um particular contributo para a "qualificação do espaço urbano", como sublinha o autarca, está marcado para Junho de 2002. Daí a Dezembro, deverá ser concretizada, por exemplo, a construção de dois parques de estacionamento, um subterrâneo com capacidade para 200 veículos, na futura Praça de Camões, que substituirá o actual mercado municipal, e um outro de superfície, na zona envolvente do castelo, que deverá complementar um parque de merendas e um projecto de reflorestação da respectiva encosta a nascente da cidadela, que, entre outros pormenores, deverá ter como efeito a minimização do impacto visual e ambiental da Estação de Tratamento de Águas Residuais localizada nessa mesma encosta.

O Museu de Energia, o Centro de Interpretação e Monitorização Ambiental, a construção de um elemento escultórico evocativo da indústria da seda, a criação de uma ciclovia de quatro quilómetros de extensão e a iluminação cénica do castelo são outros projectos a levar para o terreno nas últimas fases do programa.

A questão do estacionamento

O optimismo manifestado por Jorge Nunes em mais um encontro de reflexão e balanço do Polis no passado dia 18, foi ofuscado pela denúncia do "caos" instalado no trânsito do centro da cidade e da falta de alternativas ao nível do estacionamento por parte do opositor socialista de Jorge Nunes na corrida às autárquicas, Jorge Gomes, em conferência de imprensa realizada no mesmo dia.

Jorge Nunes desdramatiza as alegações do seu opositor, afirmando não acreditar em "cenários catastróficos" numa cidade que define como "tranquila" e "bem estruturada sob o ponto de vista do trânsito". Basta olhar para toda a área moderna da cidade", advertiu.

Quanto à zona antiga da cidade, prossegue, "não foi dimensionada nem concebida para o automóvel", acrescentando que o objectivo do Polis "não é procurar alternativas para trazer o trânsito para o centro da cidade, mas encontrar estratégias no sentido do seu afastamento, valorizando o centro cívico da cidade", onde a "presença do automóvel", diria ainda, "se deve restringir aos moradores ou àqueles que tenham aí a sua actividade económica".

Jorge Nunes salienta ainda, referindo-se ao alegado "caos", que a confusão que possa instalar-se na cidade em determinadas alturas do dia, "não pode designar-se de horas de ponta, mas de minutos de ponta".

E enquanto os parques de estacionamento previstos para a área de intervenção do Polis não surgem, o que só deverá acontecer no fim de Dezembro de 2003, Jorge Nunes vai dizendo que aquele espaço "está mais atractivo, em virtude da intervenção do PROCOM" e assegura que "vai ser alvo de maior procura, pois os centros das cidade são mais procurados quando são atractivos".

Entretanto, esta semana deverá ter sido assinado o contrato para o início da construção de um parque de estacionamento de 500 lugares fora da zona de intervenção Polis.

Jorge Nunes recorda a contratação de uma empresa especializada em questões de trânsito para estudar as alternativas possíveis a este nível na cidade, estando já no terreno dois técnicos que aproveitaram este encontro para esclarecer sobre a evolução do seu estudo.

Os dois técnicos confirmaram que a cidade está estruturada de forma adequada, ressalvando, no entanto, a pertinência de algumas correcções em determinados cruzamentos, como na Praça Cavaleiro Ferreira, de forma a facilitar a fluidez do trânsito.

Um dos propósitos deste estudo consiste em averiguar as exigências de hoje ao nível do estacionamento e do tráfego, mas também as necessidades que se espera venham a fazer-se sentir no futuro, nomeadamente com a renovação natural da população residente na zona.

Mercado Abastecedor

A construção do Mercado Abastecedor e dos Produtos da Terra de Bragança deu esta semana o seu primeiro passo com a constituição da "Sociedade Mercado Municipal de Bragança, SA", com capital da Câmara Municipal de Bragança (51 por cento) e da Sociedade Instaladora de Mercados Abastecedores (49 por cento), que será responsável pelo empreendimento.

O novo mercado abastecedor, que irá substituir o actual mercado municipal, que dará lugar, por sua vez, a uma praça pedonal de lazer, localizar-se-á junto à Catedral e deverá ficar concluído no fim do ano.

Esta semana foi também lançado o concurso para a primeira fase das obras, que consistirá da construção das fundações e da estrutura do edifício.



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