No próximo dia 20 chegam a Portugal cinco técnicos norte-americanos que irão apoiar a realização de cerca de mil hectares de fogo controlado. A iniciativa, que conta com o apoio da Embaixada dos Estados Unidos e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, contempla quatro frentes de trabalho (até 14 de Março), abarcando um total de 16 concelhos do Norte e Centro.

Com um custo estimado de 150 mil euros, a medida enquadra-se no Plano Nacional da Defesa da Floresta contra Incêndios, que procura redescobrir o papel importante do fogo na gestão de combustíveis. O objectivo traçado pelo documento é criar um programa plurianual de queimas que rompa com a \"utilização casuística\" desta técnica no passado.

Segundo informação do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas, a dinamização do fogo controlado iniciou-se no ano passado, com a promoção de um curso com \"práticas em contexto real de trabalho\" que resultou numa área queimada de aproximadamente 500 hectares. A evidência, contudo, é de que as acções de fogo controlado têm sido, nos últimos anos, meramente \"pontuais\", executadas por técnicos dos serviços florestais ou no âmbito de iniciativas de formação ou investigação. Um exemplo de dinamismo de associações ou universidades é dado por um programa contínuo de formação resultante da cooperação entre a Forestis e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), financiado pelo Fundo Social Europeu.

Hermínio Botelho, docente da UTAD especializado nesta técnica, salienta que a concretização no terreno \"é bastante incipiente\" e admite faltar uma \"massa crítica de equipas com actividade regular e significativa de fogo controlado\".

O investigador explica que o fogo controlado \"reduz a biomassa combustível e a magnitude do comportamento do fogo\", mas permite ainda \"reduzir a vulnerabilidade das das plantações a pragas e doenças\" e melhorar a \"qualidade estética\" das paisagens.



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