Uma zona de Freixo de Espada à Cinta, fustigada por um dos maiores incêndios de 2003 de que resultaram duas vítimas mortais, vai ser reflorestada através de um projecto pioneiro no Nordeste Transmontano.
O projecto, que vai ser domingo naquela localidade, envolve os serviços regionais da Direcção-Geral de Recursos Florestais, a câmara municipal local, as juntas de freguesia de Freixo de Espada à Cinta e Mazouco, o Parque Natural do Douro Internacional e a Direcção Regional de Agricultura do Norte.
Segundo disse à Lusa o técnico florestal Vítor Rego, o projecto abrange uma área de 350 hectares e além da reflorestação tem também uma preocupação de desenvolvimento rural e de combate à desertificação nas vertentes física e humana.
Para combater a desertificação física dos solos, pobres nesta zona, os promotores vão pÎr de lado o pinhal que povoava a área ardida e apostar em espécies adequadas aos solos e ao clima da região, nomeadamente o sobreiro, castanheiro, azinheira e carvalho. Para o local estão também pensadas áreas de lazer para a população, a pastorícia, além de manchas de cogumelos comestíveis, que irão contribuir para a economia local.
Os técnicos vão introduzir ainda uma espécie de fundo protector da fauna, eficaz na prevenção de incêndios. Uma antiga casa da guarda-florestal vai também ser recuperada para apoio, no âmbito deste projecto que envolverá mão-de-obra local na ordem das centenas de trabalhadores, de acordo com a fonte. O projecto, que envolve cerca de 350 mil euros, vai ser candidatado ao próximo Quadro de Referência Estratégica Nacional.
Os promotores acreditam que será possível arrancar com os trabalhos durante o próximo ano. A zona que vai ser intervencionada foi fustigada por um incêndio em 2003 e que vitimou um casal. O projecto de reflorestação prevê também, para uma fase posterior, a criação de uma Zona de Intervenção Florestal (ZIF), que será alargada até aos mil hectares, envolvendo um mínimo de 50 proprietários particulares.