A criação do geoparque ibérico transfronteiriço «Arribas do Douro - Duero Internacional» é um dos objectivos de um projecto das universidades de Salamanca, Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Coimbra, noticia a Lusa.
O projecto, intitulado «Geodinamização», pretende valorizar o território compreendido entre os parques naturais do Douro Internacional e Arribas do Douro e espera criar as ferramentas necessárias para a dinamização e desenvolvimento sustentável deste território transfronteiriço, referem os seus promotores.
Em declarações à agência Lusa, Elisa Preto, responsável pelo projecto na UTAD, disse que «a ideia da criação de um geoparque não é nova e desde 2005 tem sido ventilada com os colegas de Salamanca».
«Todos são da opinião de que o encaixe das Arribas e do rio Douro na fronteira merece ser valorizado e ter uma assinatura de um geoparque - vocacionado para o geoturismo sustentável - ou algo de superior ao existente», afirmou.
Segundo Elisa Preto, a candidatura, no âmbito do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP 2007-2013), assenta na «sistematização da informação existente, mas dispersa».
«A figura jurídica de geoparque declarada pela UNESCO - é criada na base da relevância e do interesse na geologia, mas é muito mais que isso», sustentou Elisa Preto.
Gestão
O projeto «Geodinamização» contempla a realização de «estudos transversais para o conhecimento físico, histórico, social e cultural da zona», bem como a «identificação de riscos e a sua relação com a desertificação do território».
«No futuro, para o eventual geoparque, terá de ser criado um órgão de gestão, que poderá ser gerido por uma instituição existente no terreno, como um agrupamento europeu de cooperação transfronteiriça», sugeriu.
Quanto à sobreposição no território com os dois parques naturais, este projecto «considera e propõe uma zona de influência mais abrangente», sublinhou Elisa Preto.
Do lado português, a área de influência da proposta abrange parte dos municípios de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Bragança e Vimioso, e a totalidade dos territórios dos municípios de Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Miranda do Douro.
Segundo a coordenadora geral do projecto, Dolores Pereira, da Universidade de Salamanca, «os resultados da candidatura poderão ser conhecidos até ao final do ano», num projecto que rondará um 1,2 milhões de euros.