A gestora da Via navegável do Douro (VND) anunciou hoje que vai submeter a fundos comunitários, na terça-feira, um projeto de 59 milhões de euros para aprofundar o canal e modernizar as cinco eclusas deste rio.

Esta candidatura representa a terceira fase do projeto Douro`s Inland Waterway 2020, que a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) está a implementar para modernizar a via navegável, tornando o Douro num rio mais seguro, navegável 24 horas por dia e mais atrativo para o transporte de mercadorias.

A ser aprovada, a verba vinda de Bruxelas destina-se à execução das grandes obras estruturais contempladas no projeto, como a correção do canal navegável do rio Douro nos troços de Cotas-Valeira e Saião-Pocinho, num total de cerca de 24 quilómetros, num investimento de 33,8 milhões de euros.

Para a reabilitação das cinco eclusas vai ser necessária uma verba de 21,6 milhões de euros.

"As obras de aprofundamento e alargamento do rio vão permitir aumentar a capacidade de calado das embarcações, aumentar o grau de segurança no tráfego, bem como possibilitar uma maior fluidez, uma vez que vai ser possível o cruzamento de embarcações onde de momento está interdito", explicou a APDL, em comunicado.

Esta terceira fase contempla ainda a instalação de ajudas e apoio à navegação, num valor de três milhões de euros, e que se traduz na instalação de sinalização com características compatíveis para os caudais do Douro, aumentando a "fiabilidade de segurança do utilizador e dotando a Via Navegável do Douro (VND) de equipamentos de segurança".

Esta intervenção vai permitir, segundo a APDL, colocar a via navegável "nos standards europeus de navegação em águas interiores, permitindo que o seu tráfego seja efetuado ininterruptamente".

A primeira fase do projeto Douro`s Inland Waterway 2002, que contemplou todos os estudos e projetos necessários para as respetivas obras, foi comparticipada com um valor de investimento aprovado de 4,7 milhões de euros.

A segunda fase, no valor de 13 milhões de euros, tem ainda em curso dois grandes projetos, designadamente o "Safer and Sustainable Acessibility" e o "River Information Services" (RIS).

A execução destes projetos vai permitir a instalação de novos meios de comunicação (VHF e AIS) em toda a VND, e ter informações `online` de alguns aspetos importantes para a navegação, como cotas e caudais.

Permite ainda a instalação do Centro de Controlo à Navegação, na Régua, com redundância em Leixões, que irá possibilitar um maior apoio e controlo a todos os seus utilizadores, tanto no segmento turístico como comercial.

O rio Douro é uma das principais portas de entrada no Douro Património Mundial e o número de turistas fluviais tem aumentado de ano para ano.

Segundo dados da APDL, até ao dia 31 de outubro de 2016, viajaram pelo rio em programas de uma hora a uma semana 863.043 passageiros em 85 embarcações de 47 operadores.

A Via Navegável do Douro foi inaugurada em toda a sua extensão em 1990. São 210 quilómetros desde Barca d`Alva até ao Porto.
Foto: António Pereira



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