O projeto Gesvespa Douro dispôs de 350 mil euros para combater a vespa asiática nos 19 municípios que integram a comunidade intermunicipal e onde foram contabilizados cerca de mil ninhos em 2023, foi hoje divulgado.
O programa Gesvespa Douro - Gestão Integrada da Vespa Velutina visa o combate a esta espécie exótica invasora em todo o território duriense, abrangendo os 19 municípios da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro.
O chefe de divisão na CIM João Gonçalves disse hoje à agência Lusa que o número de ninhos de vespa velutina ou vespa asiática detetados em alguns locais do território, em 2023, “mais que duplicou em relação ao ano anterior”, tendo também aumentado a área afetada.
“No total da região da CIM chegou perto de um milhar de ninhos detetados”, referiu, salientando que se trata de um problema grave que está também a impactar diretamente na produção de mel, que é uma importante fonte de rendimento para as populações.
A vespa asiática é predadora de abelhas e outros insetos polinizadores nativos, sendo uma ameaça que se tem expandido nesta região.
As ações programadas no Gesvespa tiveram como objetivo a deteção e vigilância (prevenção), bem como o controlo e a monitorização da espécie, a capacitação de técnicos dos municípios e a sensibilização pública.
João Gonçalves especificou que, no âmbito do programa, foi feito um estudo da distribuição da vespa asiática na região, para perceber os locais onde se está propagar de forma mais rápida, e foi também adquirido equipamento para a destruição dos ninhos (varas, fatos) ou colocação de armadilhas, o qual foi distribuído por todos os municípios.
Foram ainda realizadas ações de formação dirigidas às equipas municipais e criados manuais com os métodos considerados mais eficazes para o combate à espécie.
João Gonçalves explicou que foi criada uma plataforma 'online' pela CIM para que os cidadãos possam reportar avistamentos de ninhos, pretendendo-se que esta plataforma venha a estar interligada com a plataforma “STOP Vespa” do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
O projeto está em fase de finalização e, na segunda-feira, em Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, vão ser apresentados os resultados do Gesvespa e da campanha de deteção e destruição dos ninhos.
“O projeto termina agora, mas o que procurou foi dotar as câmaras de ferramentas para que, nos próximos anos, estejam mais dotadas quer de equipamentos, quer de formação, para combater esta ameaça”, salientou o responsável.
O Gesvespa Douro dispôs de uma verba de cerca de 350 mil euros, cofinanciados pela CIM e pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).