Os músicos Paulo Meirinhos e José António Pedraza, originários das Arribas do Douro, vão levar o projeto transfronteiriço "Musicas da Raia", às comemorações dos 30 anos do programa comunitário Interreg, numa atuação marcada para 15 outubro, em Bruxelas.

"Este convite surge da Comissão Europeia, no âmbito das comemorações dos 30 anos do programa comunitário Interreg, que acontece a 15 de outubro", em Bruxelas, e "foi dirigido a 'Músicas da Raia', dado o convivo musical que existente entre as regiões raianas da Terra de Miranda (Bragana) e Zamora (Espanha)", concretizou à Lusa Paulo Meirinhos, um dos mentores do projeto ibérico.

O projeto "Músicas da Raia" tem como responsáveis um músico português da Terras de Miranda, Paulo Meirinhos (Galandum Galundaina), a que se junta um outro da região espanhola de Zamora, José António Pedraza, e que em conjunto recuperam temas populares baseados na tradição oral de ambos países, "provando" que, nas terras de Arribas do Douro, "as fronteiras se diluem".

"A fronteira para nós, mais que uma divisão [administrativa] é uma união cultural e musical que proporciona um contacto de proximidades entre instrumentistas e cantadores. As nossas recolhas da tradição, em que muitas vezes os textos e as músicas são muitos semelhantes, bem como os ritmos ou os instrumentos utilizados, levam-nos a criar um reportório único a nível peninsular", frisou Paulo Meirinhos.

Se as condições sanitárias o permitirem, a atuação de Paulo Meirinhos e José António Pedraza, com o projeto "Musica da Raia", está agendada para o dia 15 de outubro, num centro de convenções da Comissão Europeia, em Bruxelas.

Ao longo de dois anos de existência os dois músicos raianos já atuaram um pouco por toda a Península Ibérica, em cerca de 50 concertos.

Contudo, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, este projeto musical e etnográfico, apoiado pelo Programa Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020, também foi afetado, já que ficaram por realizar mais de duas dezenas de atuações, tanto em Portugal como em Espanha, por não estarem reunidas todas condições sanitárias para o efeito, em ambos os países.

O repertório transfronteiriço é executado com recurso a instrumentos tradicionais comuns aos dois territórios ibéricos, e cantado em três idiomas - espanhol, português e mirandês -, uma forma encontrada de recuperar a memória da tradição musical da região de fronteiras das Arribas do Douro Internacional.

A iniciativa da União Europeia abrange outros grupos transfronteiriços, originários da Letónia, Lituânia, Bielorrússia, França, Bélgica, Alemanha, Países Baixos, além de Portugal e Espanha.

Este projeto transfronteiriço que une dois territórios ibéricos foi cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020.

A Comissão Europeia aprovou o Programa Interreg V-A Espanha-Portugal 2014-2020, um instrumento comunitário de apoio a iniciativas de cooperação transfronteiriça entre os dois países, que abrange os territórios de fronteira de que são exemplo o Norte de Portugal, a Galiza e Castela e Leão.

Na Região Norte, dá-se continuidade ao apoio de projetos que se localizem nas NUTS III Alto Minho, Alto Tâmega, Área Metropolitana do Porto, Ave, Cávado, Douro e Terras Trás-os-Montes.

Recorde-se que o Interreg V-A é o quinto programa de cooperação entre Portugal e Espanha, depois dos Interreg I (1990-1993), Interreg II (1995-1999), Interreg III-A (2000-2006) e Interreg IV-A (2007-2013).



PARTILHAR:

Sendim em Miranda do Douro tem nova ETAR de 1 milhão de euros

GNR detém homem de 61 anos por crime de violência doméstica