O concelho de Bragança vai investir nos próximos dois anos 300 mil euros num projeto social que se propõe devolver esperança num momento em que «há gente quase a desistir de viver» devido à crise.
Crianças, desempregados e idosos são o público-alvo do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) celebrado hoje entre a Câmara Municipal e o Centro Paroquial e Social dos Santos Mártires.
Este tipo de contrato já vigorou nos últimos três anos no concelho, mas o desafio que tem para o futuro é diferente da fase anterior, como afirmou o responsável pelo centro social, José Bento, que aponta para esta nova fase a necessidade \"de revitalizar a qualidade humana das pessoas\".
\"Vivemos hoje um pouco numa sociedade onde já há muita gente a desistir quase de viver, e este projeto, no fundo, apoia-se nas crianças, nos desempregados e nos idosos para dizer que vale a pena procurar, há sempre oportunidades que se criam e se formos todos a criar essas oportunidades será mais vantajoso e vamos conseguir por todos\", declarou.
Esta instituição, que há vários anos lida com a pobreza e a exclusão social, é a coordenadora do contrato social e a responsável por identificar beneficiários e encontrar parcerias na rede e na sociedade em geral para a nova realidade ditada pela crise nacional.
\"Temos pessoas que nunca se encontraram numa situação de fragilidade e, neste momento, se encontram e não têm instrumentos para as ajudar a ultrapassar porque sempre conseguiram e agora não há portas que se abrem e temos aquelas que sempre estiveram numa situação de vulnerabilidade e que agora ainda sentem mais essa situação\", concretizou.
O responsável pela instituição social ligada à Igreja Católica espera, ao longo dos próximos dois anos, encontrar \"elos\" e também solidariedade na comunidade, \"junto daqueles que ainda estão numa situação de conforto\".
\"E aquilo que vamos procurar tanto com uns, como com outros é dar as mãos para que este projeto possa de alguma maneira criar oportunidades\", acrescentou.
Independentemente dos resultados estatísticos, para o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, o mais importante é \"fortalecer a coesão social e ir ao encontro de situações de pobreza extrema e ajudar as famílias, os jovens, os cidadãos que se encontrem nessa condição ou que estejam à beira de cair nessa condição\".