O projeto Vinci desenvolveu duas ferramentas de previsão destinadas às empresas vitivinícolas para uma antecipação mais precisa da produção de vinho e o acesso a dados de mercados internacionais, segundo foi divulgado esta semana, em Vila Real.

O Vinci - Vinho, Inovação e Competitividade Internacional foi financiado pelo Interreg Sudoe em cerca de um milhão de euros e está em fase de conclusão.

No âmbito do projeto foram criadas duas ferramentas digitais consideradas “inovadoras” no setor, uma de previsão da produção e outra de apoio à exportação, que são dirigidas às pequenas e médias empresas vitivinícolas.

“O objetivo foi desenvolver ferramentas que ajudem na tomada de decisão, não só na questão da viticultura, mas também na questão dos mercados, ou seja os produtores de vinho puderem ir ao encontro dos mercados que se encaixam mais com as duas características”, afirmou Rosa Amador, da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID) e que falava no evento final do projeto, que decorreu hoje, em Vila Real.

E estas são, acrescentou, soluções importantes para os produtores de vinho quer do Douro, quer das outras regiões abrangidas pelo projeto, como Aragão, Castilla La Mancha (Espanha) e Nova Aquitânia (França).

Especificamente a ferramenta de previsão da produção irá ajudar os viticultores a reduzir os custos de produção através de uma antecipação mais precisa e vai também permitir que os produtores “otimizem e racionalizem a utilização de produtos químicos”.

Pretende-se, segundo Rosa Amador, obter uma previsão de produção “mais ao nível da parcela” de vinha, explicando que, atualmente, as previsões já são feitas ao nível regional e sub-regional.

Quanto à ferramenta de apoio à exportação irá permitir ao utilizador selecionar mercados de acordo com as suas próprias características, nomeadamente a região, Denominação de Origem Protegida (DOP), previsões de colheita dos testes, entre outros, e encontrar informações úteis para a atividade de exportação de cada país alvo.

O acesso à informação ocorre em tempo real, permitindo a “criação de melhores planos de negócios a médio prazo e escolhas estratégicas relativamente à gesta de vendas stocks, preços e mercados-alvo”.

Nélson Machado, também da ADVID, explicou que as plataformas estão em fase de testes, não havendo ainda um modelo de negócios que permita mantê-las em funcionamento.

“No entanto estamos já a disponibilizá-las para alguns produtores que estão a dar ‘feedback’ no sentido de direcionar as aplicações para cobrir as necessidades deles”, explicou, acrescentando que se vai dar continuidade ao projeto e fazer mais acumulação de resultados em conjunto com os associados envolvidos, no sentido de consolidar os modelos de previsão para viabilizar as plataformas no futuro.

O projeto envolve a Universidade de Bordéus como promotor, sendo os seus copromotores portugueses a ADVID e o laboratório colaborativo (CoLAB) Vines&Wines, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), os franceses Fruition Sciences, Toulouse School of Economics e o cluster da fileira vitivinícola INNO'VIN, bem como a Universidade de Saragoça, a RemOT Technologies, a Aragón Exterior e a Universidade de Castilla la Mancha (Espanha).



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