Mais um passo rumo à passagem do Instituto Politécnico de Bragança a universidade. Foi assim que Jorge Nunes, presidente da Câmara Municipal de Bragança e membro da Comissão Pró-Universidade, justificou a apresentação de uma petição na Assembleia da República em Outubro de 2000 e cuja discussão em plenário deverá ser agendada ainda para Junho ou para Setembro.

Esta garantia foi deixada, em conferência de imprensa, por Jorge Nunes, que aponta a petição, que reuniu mais de cinco mil e duzentas assinaturas, como a prova de que "o IPB não é uma questão de vaidade de meia dúzia de pessoas", e o facto da posição do Governo socialista ser assumidamente contra a aspiração da comissão, como já foi testemunhado pelo próprio primeiro ministro em Bragança, "não é caso para cruzar os braços", ressalva.

Em relação à possibilidade de criação na cidade de um Instituto Universitário, a única até agora admitida pelo Governo, Jorge Nunes diz "não entender" porque há-de o ensino universitário em Bragança passar por essa nova figura que, acrescenta, "ninguém sabe muito bem o que é". "Se o Governo assim quiser e se entender que esse pode ser um passo para a criação de uma universidade, que o faça", diz, "mas não tem que ser assim", remata.

Alfredo Teixeira, em representação do IPB, voltou a salientar a "grande diversidade, quer em termos científicos quer em termos de investigação" dos cursos ali ministrados, apontando, ainda, os 165 docentes com grau de mestrado, o que, salienta, "não seria obrigatório num instituto politécnico", e os 31 doutorados, número que, sublinha, se espera venha a ascender aos 60 no próximo ano lectivo.

Também a proposta de criação de mais três escolas para integrar alguns cursos já em funcionamento e permitir o arranque de outros nas áreas do desporto, artes e ciências empresariais, surge como argumento para justificar a universidade.

Francisco Teixeira recorda que no último ano lectivo, "um ano de crise" em termos de ingressos no ensino superior, diz, o número de alunos do IPB subiu de pouco mais de 3.400 para mais de cinco mil. "Cremos que o IPB foi o melhor e maior investimento público realizado em Bragança nos últimos anos", prossegue Francisco Teixeira, que aponta o "rigor com que se tentou consolidar" a instituição como "uma estratégia que o distingue dos outros institutos politécnicos".

Ausente desta conferência de imprensa esteve o representante do PS, que entretanto desistiu da sua participação na Comissão. O Diário tentou contactar o visado, Luís Filipe, ele próprio docente na escola Superior de Educação do IPB, no sentido de esclarecer os motivos que o terão levado a deixar a comissão, o que não foi possível em tempo útil.



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