A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte propôs ao Património Cultural a classificação da Panificadora de Chaves, no distrito de Vila Real, como Monumento de Interesse Público, anunciou hoje aquela entidade.

A CCDR Norte explicou, em comunicado, que se trata de um imóvel de “elevado interesse patrimonial e testemunho singular” da arquitetura industrial modernista portuguesa, bem como da obra do seu autor, Nadir Afonso, cuja salvaguarda é de “enorme importância”.

Segundo o comunicado, a Panificadora de Chaves foi projetada pelo arquiteto flaviense Nadir Afonso e finalizada em 1962.

“Este é um dos últimos edifícios sobreviventes da autoria de Nadir Afonso, um nome incontornável no panorama artístico nacional, e permanece até aos dias de hoje como um dos melhores exemplos de arquitetura modernista em Trás-os-Montes, conservando um elevado grau de integridade e autenticidade”, refere a CCDR Norte.

A nota menciona que na obra, conjugadas com a estética de pendor funcionalista do autor, “são assimiladas as influências de Corbusier e Niemeyer”.

“Do ponto de vista estético, evidencia-se o controle e articulação das formas gramaticais modernistas - como abóbadas, coberturas inclinadas de uma água, chaminés, reticulados, lâminas verticais, panos lisos ou muros em curva - bem com a sua aplicação ao contexto urbanístico”, refere a mesma nota.

Em 2020, A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) determinou a abertura do procedimento de classificação da panificadora de Chaves, por proposta da Direção Regional de Cultura do Norte.

A abertura deste procedimento implicou que o edifício situado entre as avenidas Nuno Álvares e General Ribeiro de Carvalho e a Travessa Nuno Álvares, na freguesia de Santa Maria Maior, passasse a ter o estatuto de “em vias de classificação”.

Isto significa que o imóvel e os localizados na zona geral de proteção (50 metros contados a partir dos seus limites externos) ficaram abrangidos pelas disposições legais em vigor.

Na proposta de abertura do procedimento é referido que a escassez da produção arquitetónica de Nadir Afonso só reforça a pertinência da salvaguarda dos exemplares sobreviventes.

Destacando o bom estado de conservação exterior e o elevado grau de integridade, o documento conclui estarem reunidos elementos suficientes para permitir reconhecer a excecionalidade da Panificadora de Chaves no quadro da produção arquitetónica modernista em Portugal.

O edifício tem um projeto congénere em Vila Real, para o qual também foi aberto um procedimento de classificação para Imóvel de Interesse Público, mas neste caso a DGPC arquivou o processo, considerando que o edifício já não reunia características para uma classificação.



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