O presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, defende a extinção do Instituto de Conservação da Natureza (ICN). O autarca criticou aquele instituto, porque não é «estrutura suficientemente positiva» em termos da conservação da Natureza.
«Na parceria com os municípios é uma estrutura desconfiada, desconfia das pessoas que vivem nos territórios que elas próprias construíram com qualidade, referiu. Por isso, prefere uma estrutura alternativa, com outra visão para o território.
Jorge Nunes fez estas declarações quando comentou a reorganização que está em curso naquele instituto, que prevê alterações radicais no desenho das áreas protegidas do país, nomeadamente o agrupamento dos parques por áreas temáticas.
Segundo o semanário «Expresso», o Parque do Douro Internacional passaria a ficar agrupado ao do Tejo Internacional e o do Montesinho nas Montanhas do Norte. O autarca considera «as propostas excessivamente centralistas», e um «erro de estratégia e de concepção», uma vez que retiram o papel de relevância que tinham os municípios. As câmaras não foram ouvidas no processo de reorganização dos parques, o que leva Jorge Nunes a perspectivar o seu afastamento. «Isto só poderá trazer maus resultados», diz.
Ao todo, a proposta aponta ainda para sete agrupamentos Maciço Central (Estrela, Malcata, Aire e Candeeiros), Litoral Norte (S. Jacinto, Sintra-Cascais e Arrábida), Montanhas do Norte (Gerês, Montesinho e Alvão), Vales Fluviais (Douro e Tejo Internacional), Interior (S. Mamede e Guadiana e Litoral Sul (Sudoeste Alentejano, Ria Formosa e Castro Marim) e Zonas Húmidas (os estuários e pauis).
O distrito de Bragança possui 58% das áreas protegidas da zona Norte, pelo que para o autarca não faz sentido que a sua gestão fique fora da região. A possibilidade de cobrar taxas aos visitantes é considerada lamentável pelo presidente daquela edilidade. «A região carece de jovens, de aumento dos fluxos turísticos, seria uma tontice completa criar taxas de acesso» frisou Jorge Nunes.
Cinco milhões para 40 sede de juntas
Em nove anos, a Câmara de Bragança construiu 40 novos edifícios para sedes de juntas e, agora, o programa está na sua recta fina, faltando apenas o edifício da Junta de Espinhosela, em fase de conclusão . Falta, também, substituir a actual sede da freguesia de Outeiro, dado a existente tem um projecto de arquitectura que choca com a proximidade da Igreja do Santo Cristo de Outeiro.
O Município vai ainda dar uma ajuda à freguesia de Santa Maria para terminar as obras no edifício que a Câmara lhe doou para instalar a nova sede. Comesta obra terminará o programa de investimentos, em que se gastaram cinco milhões de euros.
\"Há nove anos a situação era má. A maioria das freguesias não dispunha de condições,os presidentes andavam com os selos brancos, o papel timbrado e os ofícios nos seus carros de trabalho. A actividade autárquica, não era dignificante\" recordou Jorge Nunes, presidente da Câmara.
