O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Vila Real, Fernando Queiroga, mostrou-se hoje preocupado com a “falta de testes” e a “capacidade dos hospitais” perante o aumento de doentes infetados com covid-19.

“Acima de tudo, a grande preocupação é, agora, a testagem”, afirmou à agência Lusa o também presidente da Câmara de Boticas, alertando que “mais uma vez, estão os municípios a chegar-se à frente e a pagar os testes”.

Fernando Queiroga considerou que “há falta de testes” e apontou situações como pessoas que fazem um teste com resultado positivo ao novo coronavírus e, depois, não lhes é feito o teste de cura, para além de contactos com casos positivos “mandados para casa sem ser testados”.

“A Saúde não consegue responder a tudo, tem falta de recursos humanos, tem falta de meios e, nomeadamente de testes, até porque devíamos estar precavidos para esta esperada segunda vaga. Devíamos ter mais capacidade de testagem da população, o que não está a acontecer”, salientou.

Fernando Queiroga disse ainda que estão os municípios a pagar os testes, dando como exemplo a Câmara de Alijó, sublinhando que, no Orçamento do Estado (OE), “não foi contemplada nenhuma verba para ressarcir as câmaras destes gastos, como foi prometido”.

O autarca mostrou-se também preocupado com a “capacidade dos hospitais de Vila Real e Chaves”, inseridos no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).

Acrescentou que se perspetiva que os casos continuem a aumentar, nomeadamente em novembro, e referiu que as Zonas de Concentração e Apoio às Populações (ZCAP), os centros de acolhimentos criados pelos municípios, estão a ser preparadas para servir de retaguarda para os doentes com covid-19.

“Essa é também uma das grandes preocupações em termos de capacidade de absorver doentes por parte dos hospitais. Temos pressionado as câmaras municipais para que tenham as ZCAP bem preparadas”, afirmou.

Contactado pela Lusa, o CHTMAD confirmou um aumento do número de doentes com covid-19 a recorrer ao centro hospitalar.

O CHTMAD referiu que ainda se encontra numa “situação que lhe permite subir de nível no plano de contingência e alocar mais camas para estes doentes”.

Para já, o autarca recusou medidas como o recolher obrigatório, como já foi defendido pela Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto.

O distrito de Vila Real contabilizava na terça-feira 489 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, encontrando-se 377 pessoas em isolamento.



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