A Câmara de Vila Real apresenta na quinta-feira \"Rogas dos Rios\", que contempla ações de limpeza dos cursos de água, e o Banco de Voluntariado Ambiental, projetos que estão inseridos no plano de preservação da biodiversidade do concelho.
Anunciado no início de 2010, este programa de preservação inclui dois projetos - «Seivacorgo» e «Proteger é conhecer» - contando com um financiamento de 1,7 milhões de euros, aprovado no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte (ON.2 - O Novo Norte).
O \"Seivacorgo\" destina-se à proteção das margens ribeirinhas dos rios Corgos e Cabril e dos seus afluentes, quer da fauna quer da flora que fazem parte destes ecossistemas.
O vereador Miguel Esteves disse hoje à Agência Lusa que este programa inclui a realização de rogas do rio, que são ações de limpeza dos cursos de água (Corgo e Cabril e ribeiros do concelho), e pretende envolver as comunidades na sua preservação e proteção.
O nome para este projeto foi inspirado nas tradicionais rogas do Douro, em que muitas das vindimas eram feitas pelas rogas ou grupos de homens e mulheres que desciam do alto de Trás-os-Montes ou subiam das Beiras para cortar as uvas, carregá-las para as adegas e fazerem a pisa nos lagares à noite.
Com o Banco de Voluntariado Ambiental, segundo o vereador, a autarquia pretende juntar voluntários para a realização de ações regulares de limpeza e de proteção da natureza em todo o concelho.
Com o \"Proteger é Conhecer\", a autarquia pretende proteger as várias espécies que vivem neste território, algumas delas ameaçadas, nomeadamente o lepidóptero maculinea alcon, vulgarmente conhecido como borboleta azul, que possui uma colónia no Parque Natural do Alvão (PNA) e se encontra ameaçada em muitos países do Centro e Norte da Europa.
Para o efeito, o projeto inclui a construção da Estação da Maculinea, na zona da Campeã, onde vai ser possível observar o ciclo biológico desta espécie.
Por isso mesmo, a ideia é também envolver os produtores de gado de raça maronesa do Alvão, para que se associem à preservação da espécie, respeitando a agropecuária tradicional e aplicando técnicas amigas do ambiente.
Será ainda criado o \"Fundo da Biodiversidade de Vila Real\", que será aplicado na continuidade do projeto.
A autarquia conta com a parceria da Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, a associação Parques com Vida, a Quercus, o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).