A intenção de um empresário vir a instalar um paiol de fogo-de-artifício na freguesia de Sanjurge, em Chaves, provocou uma explosão de protestos contra a Câmara Municipal, que, aprovou, por unanimidade, o projecto de licenciamento da obra.
A população da aldeia teme pela sua segurança e lamenta que a autarquia não tenha levado em conta o abaixo-assinado a repudiar tal intenção, remetido para a Câmara durante a fase de discussão pública do projecto.
O presidente da autarquia, João Batista, justifica a aprovação com os pareceres \"favoráveis\" das entidades que se pronunciaram sobre o caso.
Para a população, a situação é preocupante por que o local onde o armazém - com capacidade para armazenar até mil quilos de explosivos - deverá ser instalado é contíguo aos melhores terrenos agrícolas da aldeia, o que faz com a área seja muito frequentada.
\"Toda a gente sabe o perigo de acidente que existe com o manuseamento deste tipo de explosivos\", lembra José Mendes, porta-voz da população.
Outro dos argumentos invocados pelos contestatários prende-se com o transporte dos explosivos que, garantem, terão, obrigatoriamente, que circular por áreas habitadas.
Além disso, lembra ainda José Mendes, \"depois de abandonar as áreas habitacionais, o trajecto dos explosivos segue em paralelo com a auto-estrada A24 (IP3), numa distância que varia entre os 5 e 10 metros da faixa de rodagem mais à direita, pondo em verdadeiro perigo a circulação rodoviária na dita auto-estrada\".
\"Segundo os técnicos da autarquia e as entidades que se pronunciaram sobre o processo (Direcção Nacional de Operações de Segurança da PSP e Estradas de Portugal - devido à proximidade com o futuro IP3), não havia razões para negar o projecto\", afirma, no entanto, o presidente da Câmara. O autarca lembra também que \"perante um parecer técnico favorável, a margem de manobra política para reprovar o projecto é reduzida, sob pena sermos acusados de estar a negar um direito\".
Falta o parecer da Comissão de Explosivos, a quem compete avaliar a perigosidade do funcionamento destas unidades e para onde o processo já terá seguido.
