Os pilotos Tiago Monteiro, Fábio Mota e Manuel Pedro Fernandes mostraram-se esta segunda-feira ansiosos por competirem na pista "difícil" e "rápida" do Circuito Internacional de Vila Real, onde, por estes dias, o desporto motorizado rivaliza com o futebol.
Numa altura em que a seleção portuguesa de futebol disputa o Euro'2016, em França, e que todo o país tem os olhos postos na equipa liderada por Cristiano Ronaldo, em Vila Real as atenções centram-se nas corridas automóveis e em Tiago Monteiro, o único português a disputar o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC).
O 46.º Circuito Internacional de Vila Real decorre entre sexta-feira e domingo e conta com cerca de 150 pilotos inscritos em cinco campeonatos.
Tiago Monteiro é o cabeça de cartaz das corridas de Vila Real e afirmou esta segunda-feira estar "bastante confiante" para a prova de Vila Real.
"O início da temporada foi bom, conseguimos dar um salto em termos de performance do carro e os circuitos citadinos têm corrido bastante bem", salientou o piloto da Honda, durante a apresentação oficial do circuito.
Em Vila Real, Tiago Monteiro sente que "é correr em casa" e considerou ser "fantástico" e "muito raro" encontrar um local em Portugal onde, nesta altura, um outro desporto consegue rivalizar com o futebol.
"Há poucos desportos que conseguem rivalizar com o futebol, mas numa altura em que estamos em pleno Euro eu próprio fiquei surpreendido com o impacto destas corridas na comunicação social e nas pessoas. Sente-se que há aqui uma verdadeira paixão", frisou.
O piloto considerou o circuito de Vila Real como um "grande desafio".
"É uma das pistas mais difíceis da temporada, um grande desafio mesmo para a máquina e para o piloto. Tem zonas complicadas, rápidas. É uma pista difícil mas é isso que também nós dá prazer, a nós pilotos, tentar domar essas dificuldades", salientou.
A pista citadina estende-se ao longo de 4,6 quilómetros e possui 25 curvas.
Este ano Vila Real recebe também uma ronda da Taça Europeia de Carros de Turismo (ETCC), que vai contar com a participação de Fábio Mota e o vila-realense Manuel Pedro Fernandes.
Fábio Mota já participou em cinco edições do circuito e explicou que esta é uma "pista difícil".
"Escapatórias não existem e um erro paga-se muito caro. O grande segredo é tentar ganhar o máximo de confiança possível nos treinos de sexta-feira e sábado para depois, no domingo, ter a confiança necessária para poder atacar", salientou.
O piloto do ETCC destacou o "apoio do público de Vila Real" e frisou que "não existe mais nenhum circuito em Portugal com adeptos tão dedicados" o que "dá uma força extra" aos participantes portugueses.
Ficar entre os três primeiros era uma "grande alegria" para Fábio Mota que referiu que foi preciso um "grande esforço para montar este projeto para o europeu de turismos".
A correr em casa vai estar também Manuel Pedro Fernandes, filho de um piloto herói local, e que, apesar da "pressão de toda a cidade", garante que se vai divertir e fazer o melhor.
"Sinto um conjunto de emoções fortes e grandes por causa desta participação internacional. Esta é uma pista muito rápida e em que qualquer erro se paga bastante caro, mas é ao mesmo tempo desafiante e distingue os bons dos maus pilotos", referiu.
As primeiras corridas no Circuito de Vila Real, criado por Aureliano Barrigas, realizaram-se em 1931 e foram incluídas no programa das festas da cidade.
A organização do evento envolve a autarquia local, o Clube Automóvel de Vila Real e a Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real.
Lusa, Foto: José Sousa