Os deputados socialistas eleitos por Vila Real apresentaram um projeto de resolução que insta o Governo a criar um acesso direto na Autoestrada 24 (A24), para servir as pedreiras da serra da Falperra, Vila Pouca de Aguiar.
“A criação de um nó de acesso à autoestrada A24 é de extrema importância para o setor, uma vez que permitiria a mudança para um trajeto de 10 quilómetros que resultaria numa economia significativa de combustível e eliminação dos custos adicionais de manutenção associados ao atual trajeto mais longo”, afirmam os deputados Fátima Correia e Carlos Silva, no projeto de resolução entregue na Assembleia da República e que a Lusa teve hoje acesso.
Os parlamentares recomendam ao Governo a criação de um nó de acesso direto à A24 a partir do núcleo extrativo da serra da Falperra, no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
No documento, que foi admitido na terça-feira, na Assembleia da República, Fátima Correia e Carlos alegam “melhorias operacionais e de segurança, assim como benefícios económicos, ambientais e sociais fundamentais para o desenvolvimento sustentável da região”.
Este acesso direto é reivindicado há cerca de 15 anos pelos industriais de granito desta zona, que sustentam que o nó ficaria ao quilómetro 56 da A24, numa zona próxima de pórticos e onde já existe uma saída de emergência.
De acordo com os dados apresentados no projeto de resolução socialista, a zona de reserva da Falperra abrange 16 pedreiras, empregando cerca de 650 pessoas, com uma produção anual superior a 1.200.000 toneladas e um valor económico anual superior a 40 milhões de euros.
“Acresce que 80% da produção é destinada ao mercado externo, pelo que a criação de valor acrescentado é significativa, ajudando a combater a desertificação do Interior e contribuir para a diminuição das assimetrias regionais”, salientam os parlamentares.
Acrescentam que a redução do tempo de viagem “permitirá uma utilização mais eficiente dos recursos e um aumento da capacidade de respostas das empresas às necessidades dos clientes, para além de que a redução do consumo de combustível contribuirá para uma menor pegada de carbono com vista uma maior sustentabilidade ambiental”.
Os deputados destacam ainda as questões de segurança, considerando que esta medida permitirá melhorar, de forma significativa, a resposta a emergências e, consequentemente, a segurança dos trabalhadores e da comunidade local.
“Desde logo pela redução do tráfego de veículos pesados em vias secundárias, reduzindo o risco de acidentes e aumentando a segurança geral nas zonas urbanas, mas também pela possibilidade de uma mobilização mais rápida de serviços de emergências em caso de incidentes graves, protegendo tanto os trabalhadores como os residentes locais”, sublinham.
A Associação dos Industriais do Granito (AIGRA) já disse que, atualmente, os camiões demoram cerca de uma hora por um percurso que passa em aldeias e na vila sede de concelho, quando, com o acesso direto, o trajeto poderia ser feito em cerca de cinco a 10 minutos.