Os deputados do PS eleitos por Vila Real divulgaram hoje, após visita a Murça e Alijó, que vão questionar o Governo sobre o que tenciona fazer e instrumentos disponíveis para ajudar as populações afetadas pelas intempéries.
Agostinho Santa, Fátima Correia Pinto e Susana Barroso, deputados eleitos pelo círculo de Vila Real, visitaram localidades dos concelhos de Murça e Alijó, que foram atingidas pela chuva intensa e granizo na passada semana.
Durante a manhã, os parlamentares visitaram aldeias de Murça, onde se verificou uma “precipitação anómala” que provocou inundações, inclusive levou ao derrube de uma ponte rodoviária na Ribeirinha (freguesia de Valongo de Milhais), arrastou muros, estragou caminhos agrícolas e destruiu hortas e onde encontraram também uma “realidade mais assustadora” do que a que foi vista em fotografias ou imagens partilhadas pelas televisões.
À tarde, as atenções dos deputados centraram-se nas localidades onde a queda de granizo provocou estragos na agricultura, em concreto nas vinhas e olivais que representam a maior fonte de rendimento de muitas famílias.
“Estivemos no vale da ribeira de Noura e na zona de Valongo de Milhais, onde os estragos essenciais têm muito a ver com a situação derivada dos incêndios do ano passado”, afirmou à agência Lusa Agostinho Santa, que realçou que as mesmas pessoas que foram afetadas pelo incêndio, no verão de 2022, foram agora afetadas pelas “enxurradas que vieram pelas encostas abaixo e vieram ter aos vales, normalmente onde existem as linhas de água”.
O responsável considerou que “não é nada fácil contabilizar” os prejuízos causadas nas hortas, de onde muitas famílias retiram parte da sua alimentação, e apontou para uma situação “complicada” nas linhas de água.
“O concelho de Murça terá problemas em linhas de água na ordem de 40 quilómetros. Estamos a falar de coisas muito graves”, frisou.
São, na sua opinião, “problemas estruturais que têm de ser objeto de um projeto global”, defendendo medidas que minimizem estas situações, numa reação que deve envolver, entre outros, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Instituto de Conservação da Natureza e do Ambiente (ICNF).
“Estas zonas vivem ao sabor das inclemências do tempo e isso não pode acontecer”, salientou.
Agostinho Santa referiu que os deputados vão, através da Assembleia da República, questionar o Governo sobre o diagnóstico aos estragos, sobre o que tenciona fazer para ajudar as populações e se há ou não instrumentos que as pessoas possam utilizar.
As situação das vinhas e olivais terão que ter, na sua opinião, uma atenção “ainda mais especial”, porque são culturas das quais “depende a vida de muita gente”.
As questões serão dirigidas aos ministros da Agricultura, Ambiente e da Coesão.
Foto: Miguel Cartageno