O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, rejeitou hoje as críticas do presidente do PSD ao modelo económico seguido pelo Governo, destacando a política de recuperação de rendimentos e o estímulo à produção.

“Contrariamente ao que ainda ontem foi afirmado pelo líder do principal partido da oposição, o crescimento económico do país não se faz apenas pelo estímulo ao consumo, que tem vindo a crescer em resultado da política de rendimentos que tem melhorado as condições de vida e o poder de compra dos portugueses, estimulando, também por essa via, a produção interna”, defendeu.

José Luís Carneiro respondia às críticas ao Governo feitas pelo presidente do PSD no encerramento do 38.º Congresso social-democrata, domingo em Viana do Castelo. Rui Rio considerou que, “sem alterar o modelo económico” assente no crescimento do consumo privado, “o país não terá condições de pagar melhores salários e conseguir que a economia possa criar melhores empregos”.

Na abertura da iniciativa do PS “Diálogos olhos nos olhos”, que começou hoje em Bragança, o secretário-geral adjunto socialista salientou as contas públicas e o saldo positivo previsto pela primeira vez, assim como a redução da dívida pública com uma economia de “dois mil milhões de euros em juros” e que permite “um investimento público de cinco mil de euros em setores relevantes” em 2020.

A primeira sessão da iniciativa promovida pelo PS decorreu na Escola Secundária Emídio Garcia de Bragança, mas apenas a parte dos discursos iniciais esteve aberta à Comunicação Social.

De acordo com José Luís Carneiro, o PS quer criar “uma cultura de responsividade” para que os cidadãos possam “conhecer mais detalhadamente as razões das decisões políticas” e poderem fazer “críticas, correções, dar sugestões”.

A iniciativa que vai passar por todas as regiões do país visa “prestar contas” por parte do partido da governação e simultaneamente ouvir as forças vivas locais, chamando assim à participação pública, como explicou José Luís Carneiro, na sessão de abertura.

“Trata-se de uma prática e prestação de contas, mas também de validação regular das opções de política, mobilizando os cidadãos para a responsabilidade coletiva na administração dos bens públicos e com todos construirmos um país melhor”, sustentou. O PS espera que “possa inspirar outros partidos a fazerem iniciativas equivalentes”, acrescentou.

Acompanhado pelo presidente da federação socialista de Bragança, Jorge Gomes, o secretário-geral adjunto lembrou também as medidas do Governo de descentralização para o poder local e da eleição das comunidades de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR), com a escolha do presidente pelos autarcas que deverá avançar “no primeiro semestre” deste ano.

O dirigente socialista falou ainda das politicas de coesão como as medidas para empresas e para trabalhas no interior, recentemente anunciadas pelo primeiro-ministro, em Bragança, e que voltarão a estar em destaque no primeiro Conselho de Ministros descentralizado da legislatura, marcada para 27 de fevereiro nesta cidade transmontana.



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