O PSD de Vila Real criticou a nova concessão de estacionamento que vai alargar o período concessionado de 20 para 30 anos, aumentar mais 308 lugares pagos na via pública e “não apoia” o comércio local.

António Carvalho, vereador da oposição PSD, afirmou que a “nova concessão não serve os interesse de Vila Real, não aproveita as condições existentes para apoiar o comércio local e compromete por um período de tempo exagerado as obrigações do município”.

O executivo municipal aprovou na terça-feira o lançamento do novo concurso público para a concessão, exploração e fiscalização do estacionamento à superfície e subterrâneo no concelho de Vila Real

A nova concessão inclui a construção de um parque de estacionamento nos terrenos do seminário diocesano, próximo da Avenida Carvalho Araújo, com 285 lugares e que implica um investimento de cerca de 4,3 milhões de euros.

Os dois vereadores da oposição PSD votaram contra a nova concessão e, em conferência de imprensa realizada hoje, mostraram-se contra a estratégia da autarquia presidida pelo socialista Rui Santos.

António Carvalho apontou o aumento em 308 do "número de lugares a taxar na via pública”, ficando a cidade com um total de “850 lugares pagos”, abrangendo várias artérias como a Avenida 1.º de Maio, Pioledo ou a Praça Diogo Cão.

O vereador afirmou que, com a nova concessão, a câmara vai ter “menos rendimentos” e a população vai ter de pagar “o taxamento deste estacionamento”.

E justificou, referindo que o parque subterrâneo da Avenida Carvalho Araújo, cuja concessão terminou em 2019 e a propriedade passou para o município, está a ser “incluído no concurso hipotecando a possibilidade de ser um instrumento de apoio ao comércio local”.

A nova concessão inclui ainda construção de um parque de estacionamento silo auto.

O PSD defende outra solução que passaria pela construção de um parque de estacionamento subterrâneo no mercado municipal, considerando que seria “possível faze-lo sem custos de aquisição do terreno para a sua construção”.

“Esta concessão é lançada a concurso sem que a câmara tenha a posse do terreno onde o parque será construído”, salientou António Carvalho.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, salientou que, com o modelo proposto, a “concessão significará uma receita mínima de 200 mil euros [anuais] para o município, que a aplicará integramente nos transportes públicos”, para além de significar também um “novo parque de estacionamento e a manutenção dos preços praticados há seis anos”.

Quanto à proposta social-democrata de construção de um parque subterrâneo no mercado, o presidente referiu que este “teria de ser totalmente destruído e afundado, impedindo os seus comerciantes de ganharem a vida”.

“O preço da construção de um parque subterrâneo seria cerca de quatro vezes superior ao preço da solução em silo auto que implementaremos nos terrenos do seminário”, acrescentou.

Referiu ainda que já existe acordo com o seminário para esta obra e relativamente ao aumento do lugares de estacionamento pagos à superfície referiu que é uma medida que resulta também da sugestão de muitos concidadãos que tem feito chegar abaixo-assinados à câmara nesse sentido.

Na semana passada, o executivo aprovou também, com a abstenção do PSD, o lançamento de um novo concurso público para a concessão dos transportes públicos urbanos e interurbanos, pelo preço base de 800 mil euros, e com o objetivo de aumentar a frota, percursos e horários.

António Carvalho defendeu que a nova concessão tem de estar ajustada às necessidades dos cidadãos, mas alertou para que não deve “constituir mais encargos” para a câmara municipal.



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