O PSD classificou como "absolutamente inadmissíveis" os tempos de espera para consultas no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), que ultrapassam os quatro anos em Urologia, e exigiu medidas urgentes ao Governo para reverter a situação.

Os deputados do grupo parlamentar do PSD Luís Leite Ramos, Miguel Santos, Luís Pedro Pimentel, Pedro Alves, António Lima Costa e Ângela Guerra pediram esclarecimentos ao Governo sobre o aumento das listas de espera no centro hospitalar, que tem sede social em Vila Real e agrega ainda os hospitais de Chaves e Lamego.

De acordo com os parlamentares social-democratas, no CHTMAD um grande número de especialidades "ultrapassa significativamente" os tempos máximos de resposta garantida (TMRG), com destaque para a primeira consulta em Urologia que chega aos 1.603 dias de espera, ou seja, mais de quatro anos, na unidade de Vila Real.

Depois, para uma consulta de oftalmologia, em Chaves, o utente espera 1.038 dias e ainda 933 dias para reumatologia e 771 dias para angiologia, em Vila Real.

"Esta é uma situação absolutamente inaceitável e que responsabiliza o Governo, bem como os partidos políticos que o apoiam, tanto mais que, há já dois anos, o ministro da Saúde se comprometeu publicamente, perante a Assembleia da República, em reduzir substancialmente os TMRG nas consultas hospitalares realizadas no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS)," afirmaram os deputados.

O PSD exigiu que o Governo "adote, sem mais demora, as medidas que se impõem para inverter esta crescente degradação das condições de acesso dos doentes aos cuidados de saúde no SNS".

Nesse sentido, os parlamentes questionaram precisamente o ministro da Saúde sobre quais "as medidas concretas que vai tomar para reduzir o número de consultas hospitalares realizadas fora dos tempos máximos de resposta garantida no CHTMAD".

Querem ainda saber em "que data ou datas pretende o Governo tomar essas medidas e "quais são os objetivos quantificados pelo Governo para reduzir o número de consultas hospitalares realizadas fora dos tempos máximos de resposta no CHTMAD, e com que prazos".

O conselho de administração do CHTMAD informou, esta semana, que se encontra, juntamente com a tutela, a "desenvolver todos os esforços no sentido de se minimizar os impactos menos positivos dos tempos médios de espera para primeiras consultas deste centro hospitalar".

Acrescentou que "tem sido feito um esforço adicional para a contratação de mais profissionais médicos e de enfermagem sendo que, em algumas especialidades, já foram conseguidos mais recursos humanos e, desta forma, combater-se estes tempos de espera de forma".

Apesar "destes constrangimentos", a administração disse que o CHTMAD apresentou, em 2017, um "balanço positivo da sua atividade assistencial".

O CHTMAD informou que, no ano passado, aumentou o número de consultas para as 310.050, mais 3,1%, e de cirurgias para as 15.845, mais 16,15%.



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