O PSD disse hoje que vai enviar uma carta a cerca de 200 entidades e personalidades da região Norte para recolher apoios e persuadir o Governo a aprofundar o estudo sobre o desenvolvimento da linha do Douro.

Na carta, que está a ser enviada a autarquias, empresas de turismo, vinho, têxtil ou calçado, associações empresariais e comerciais e também órgãos de comunicação social, foi anexada uma cópia do estudo sobre a viabilidade de requalificação e o potencial de desenvolvimento da linha do Douro, realizado pela Infraestruturas de Portugal (IP) em 2016.

Luís Leite Ramos, deputado do PSD eleito pelo círculo eleitoral de Vila Real, afirmou que o Governo tem "escondido do país" este documento que, na sua opinião, "demonstra que esta linha é o itinerário ferroviário lógico de integração funcional da Área Metropolitana do Porto, e de toda a região Norte, com a Península Ibérica e a Europa além-Pirenéus".

Com esta iniciativa, o parlamentar quer alertar para "a relevância" da linha do Douro e desafiar a sociedade para intervir e persuadir "o Governo a inscrever o tema na agenda política nacional e a desenvolver, com o indispensável rigor e independência, o aprofundamento deste estudo".

Luís Leite Ramos considerou que o documento "desmistifica a tese absurda de uma alegada inadequação técnica da linha do Douro no tocante à circulação de pesadas composições de mercadorias".

Disse que enquadra ainda a "valência passageiros na estrita articulação com as atividades económicas das regiões atravessadas, sendo-lhe atribuído um papel catalisador do desenvolvimento regional e, em particular, do turismo, uma vez que liga vários sítios classificados como património mundial".

Segundo o deputado, demonstra também "que o cenário mais caro de reabilitação da linha do Douro, orçamentado em cerca de 473 milhões de euros, é consideravelmente inferior a outras alternativas e custa menos do que quatro estações do Metropolitano de Lisboa".

Luís Leite Ramos classificou como "grave" a "não inclusão da linha ferroviária do Douro na agenda e nas conclusões da cimeira ibérica", que decorreu no final de maio, em Vila Real, até porque disse que "ignorou as recomendações do fórum parlamentar luso-espanhol".

O parlamentar considerou que esta exclusão "contraria a retórica do Governo sobre a ambição de transformar as regiões transfronteiriças na nova centralidade peninsular e faz veto de gaveta ao estudo da IP".

"Infelizmente, e por razões que ainda não consegui entender, e para as quais não encontro qualquer fundamento aceitável, o Governo ignorou olimpicamente as conclusões deste estudo e recusa-se a abrir o debate público que se impõe sobre a reabilitação e o desenvolvimento da linha ferroviária do Douro", salientou.



PARTILHAR:

Memórias judaicas revelam Trás-os-Montes de empreendedores

CDS quer respostas do Governo sobre acidente no Túnel do Marão