O PSD questionou hoje a ministra da Saúde sobre "o cancelamento" de cirurgias por "falta de anestesistas" no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), considerando que se trata de um “problema crónico”.

“A falta de anestesistas é um problema que se vem arrastando há muito tempo. É um problema crónico. Se não se recorrer a empresa prestadoras de serviços, não há anestesistas suficientes para as várias unidades do CHTMAD. Se não há anestesistas, fecham-se salas operatórias e desmarcam-se cirurgias”, afirmou à agência Lusa Cláudia Bento, deputada social-democrata eleita pelo distrito de Vila Real.

O PSD questionou a ministra da Saúde, Marta Temido, através da Assembleia da República, sobre a falta de anestesistas no CHTMAD, que tem sede social em Vila Real e agrega os hospitais de Chaves e Lamego.

Os deputados querem saber o que o Ministério da Saúde vai fazer para fixar anestesistas e se, tendo em conta a falta de especialistas, “especialmente nos blocos operatórios de Chaves e Lamego”, pondera o seu encerramento.

Contactado pela Lusa, o conselho de administração do CHTMAD afirmou que “não houve encerramento de nenhum bloco operatório por falta de anestesistas”.

Numa resposta escrita, o centro hospitalar salientou que “há, por vezes, cancelamentos de tempos operatórios motivados por diversas razões, algumas inerentes ao funcionamento do hospital e outras externas ao próprio centro hospitalar, como faltas dos utentes”.

A administração reconheceu a “necessidade de contratar mais recursos humanos nesta área” e referiu que, “apesar destes constrangimentos, o CHTMAD , no ano 2019, realizou 12.812 cirurgias, mais 1.524 do que em 2018”.

“Nunca o conselho de administração ponderou encerrar nenhum bloco operatório e, neste seguimento, o CHTMAD tem, já em fase final, o procedimento para obras no bloco operatório de apoio à urgência de Chaves”, sublinhou.

Os deputados do PSD alegam que foram vários os alertas “dados acerca do encerramento das salas operatórias por falta de anestesistas”, uma situação que, segundo informações recolhidas pelo partido junto dos utentes, se terá agravado “durante o segundo semestre” de 2019, “sobretudo na unidade de Chaves”, o “que levou a que muitas vezes só se encontrasse a funcionar a sala do bloco de urgência”.

“Várias cirurgias foram adiadas, algumas delas do foro oncológico. As dificuldades na atividade cirúrgica prendem-se fundamentalmente com a falta de anestesistas, contudo, na unidade de Chaves também há a necessidade urgente de remodelação do bloco operatório previsto desde 2017”, salientou o PSD no documento entregue na Assembleia da República.

E, segundo o partido, neste momento, “para além da falta de anestesistas, os profissionais das especialidades cirúrgicas encontram-se desmotivados o que poderá levar à saída destes”.

“A saída de profissionais poderá condicionar a viabilidade da urgência médico cirúrgica em Chaves e poderá comprometer o funcionamento das especialidades cirúrgicas em todas as unidades. Se não se realizam cirurgias, a lista de espera de doentes que aguardam cirurgia cresce e há a necessidade de transferir doentes para outro hospital”, salientou o PSD.

Os deputados solicitaram também ao conselho de administração do CHTMAD o fornecimento de dados sobre a atividade desenvolvida em cada uma das três unidades.



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