A deputada do PSD Cláudia Bento, eleita pelo círculo de Vila Real, questionou hoje o Governo sobre se a linha férrea vai chegar a Chaves e sobre uma “eventual ligação” a A Gudinã, em Espanha.
No âmbito da Eurocidade Chaves-Verín a chegada da linha férrea a Chaves, no distrito de Vila Real, e a sua possível ligação a A Gudiña, na Galiza, poderia constituir um “marco revitalizador e dinâmico” para esta, referiu a social-democrata numa pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas e Habitação.
A parlamentar lembrou o forte investimento que tem sido feito no desenvolvimento da linha férrea na região da Galiza, em Espanha, no âmbito do qual vai ser construída uma estação de alta velocidade espanhola na localidade de A Gudiña, a 30 quilómetros de Verín (Espanha) e a 58 quilómetros de Chaves.
“Nos últimos tempos têm escasseado os investimentos em termos de infraestruturas nesta região. Relembra-se a tão aguardada requalificação da Estrada Nacional (EN) 103 [que liga o litoral minhoto ao extremo interior transmontano em 284 quilómetros e passa pelos concelhos de Chaves, Montalegre e Boticas no Alto Tâmega], bem como a ligação dos concelhos de Montalegre, Boticas e Valpaços à Autoestrada 24 (A24)”, considerou.
Para a deputada, o Governo é o primeiro responsável por garantir e promover o desenvolvimento equilibrado do território nacional e a coesão territorial, devendo proporcionar condições de fixação de populações e funcionamento de atividades económicas e sociais que evitem a desertificação do interior do país.
“Há projetos que são prioritários e indispensáveis para esta região e a linha férrea é um deles”, vincou.
E acusou o Governo de António Costa de excluir a região do Alto Tâmega (que engloba os concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar) do Plano Ferroviário Nacional, uma vez que a reabertura das antigas linhas de via estreita do Corgo e do Tua se encontra afastada das previsões apresentadas.
“A Linha do Corgo é uma linha de caminho-de-ferro desativada que unia as localidades de Chaves e Régua. O troço entre Vila Real e Chaves foi encerrado em 1990 e, mais recentemente, foi encerrada a ligação entre Vila Real e a Régua”, recordou.
Na segunda-feira, o ministro das Infraestruturas precisou que o Plano Ferroviário Nacional (PFN) vai ser concretizado à medida das condições financeiras do país, adiantando que os investimentos serão superiores aos previstos no Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030.
“O Plano Ferroviário Nacional permitirá nós pensarmos, em termos em lei, a rede ferroviária que o país quer ter. Outra coisa diferente são as fontes de financiamento para a sua concretização”, explicitou, Pedro Nuno Santos, em resposta aos jornalistas, à margem da sessão de lançamento do PFN, em Lisboa.
De acordo com o governante, a rede ferroviária, bem como os serviços previstos no plano vão assim ser concretizados “à medida das condições financeiras” do país.
Foto: CES