A PSP e a Universidade de Trás-os-Montes e Vila Real estão a desenvolver um "projeto inovador" com vista à utilização de drones na investigação de acidentes de viação, anunciou hoje o comandante distrital desta polícia.

O superintendente Vítor Barros Soares, comandante distrital da PSP de Vila Real, referiu que o novo método de investigação de acidentes de viação é baseado na utilização de drones (veículos aéreos não tripulados) de pequenas dimensões e de baixo peso.

A tecnologia está a ser desenvolvida por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

"Trata-se de uma solução completa, concebida para extrair, através de deteção remota, informação do local da ocorrência que permita a reconstrução e avaliação do acidente de viação", explicou o responsável, durante a cerimónia de comemoração do 133.º aniversário da PSP de Vila Real.

O responsável disse que se pretende, através das câmaras incorporadas no drone, obter uma imagem imediata do acidente, por via área, o que permite retirar logo os carros do local e não se perder tanto tempo em medições.

"Inclusive para reconstituição em tribunal, uma imagem daquelas é muito melhor do que o croqui feito pelo elemento policial que vai tomar conta da ocorrência", sublinhou.

Vítor Barros Soares referiu que o sistema em estudo "oferece uma gama de ferramentas, com base em imagens aéreas, possibilitando às equipas de investigação de acidentes as ferramentas de recolha de indícios (provas) necessárias para reduzir o tempo e os recursos necessários ao processo de levantamento e de recolha de informação".

Através deste projeto espera-se uma "diminuição, significativa do tempo de investigação no local, uma poupança em recursos humanos, a diminuição da perturbação dos normais fluxos de tráfego e a preservação da informação para memória futura".

"Justifica-se plenamente este investimento em vários capítulos", salientou.

Os primeiros testes com os drones foram feitos há cerca de uma semana, mas ainda não há previsões de quando o projeto será implementado.

Vítor Barros Soares fez ainda um balanço da criminalidade nas cidades de Vila Real e de Chaves e referiu que, em 2015, foram registadas 1.313 ocorrências criminais, o que representa "uma ínfima percentagem de 0,7%, das ocorrências registadas a nível nacional".

A maior parte das ocorrências contabilizadas são crimes contra o património, seguidos pelos crimes contra as pessoas e crimes contra a vida em sociedade. As grandes preocupações estão direcionadas para a violência doméstica, furtos e o excesso de álcool.

No primeiro trimestre de 2016, o comando distrital contabilizou um aumento de 76 ocorrências, que resulta essencialmente "do fato de se terem registado mais 59 detenções, comparando com o período homólogo do ano transato".

No ano passado, a PSP deteve 247 pessoas, mais 6,47% do que em 2014.

Também no distrito de Vila Real há atenções centradas na nova realidade do terrorismo internacional e, nesse âmbito, o comando tem efetuado um "apertado controlo de explosivos" e está a contribuir para a "implementação de um sistema de rastreabilidade".

Ou seja, está também a alimentar o "sistema de recolha de dados relacionados com explosivos, incluindo a respetiva identificação única, que permite identificar o tipo de explosivo e o seu ano de fabrico, em toda a cadeia de abastecimento e ciclo de vida".

A PSP homenageou hoje o polícia sinaleiro, fazendo uma recriação desta figura num cruzamento da cidade, na avenida 1.º de Maio, que ficou precisamente conhecido como o "sinaleiro". Este serviço foi desativado há cerca de 20 anos.



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