A PSP de Vila Real está a reforçar as ações de sensibilização e fiscalização para prevenir os incêndios florestais e todos os palcos servem para a mensagem passar mais facilmente: na rua, nos cafés ou na feira.
Existem manchas florestais nas freguesias junto à cidade de Vila Real e, é aqui, que a polícia concentra a sua atenção durante a operação "Fogos Florestais 2017" que decorre durante os períodos críticos, de 15 de maio a 31 de outubro.
A agência Lusa acompanhou uma brigada de proteção ambiental da PSP numa ação de sensibilização que decorreu em Lordelo, freguesia que faz a transição entre a cidade e a serra do Alvão.
Os polícias Jorge Dinis e Miguel Claro entregaram panfletos, ofereceram lápis e a abordagem foi feita na rua, junto aos terrenos e nos sítios onde se concentram mais pessoas, como nos cafés ou até na feira de Vila Real.
"A mensagem que queremos que passe é que, desde 15 de maio, é proibido fazer queimadas e queimas e é preciso que, quem ainda não o fez, tome medidas como limpar os terrenos", afirmou Jorge Dinis.
Mário Machado, sentado numa mesa de um café, ouviu com atenção e referiu que o seu pequeno terreno, junto a casa, está limpo. Considerou ainda que estas ações são uma boa iniciativa" porque nunca é demais insistir.
Também Belmira Azevedo, que andava a vender pão numa carrinha, disse que "há quem facilite" e que, às vezes, "as pessoas só se lembram quando o mal já está feito".
Mais em baixo, numa das entradas da feira dos farrapos, Rosa Figueiredo explicou que tem terrenos numa aldeia onde paga a quem lhe faça a sua limpeza e que nunca teve ali nenhum incêndio.
No entanto, considerou que há quem não se preocupe com as coimas, ou porque "efetivamente não são penalizados ou porque o peso da coima não é suficiente para que as pessoas procedem à limpeza".
"Estas ações da PSP são demasiado importantes, dado o descuido da nossa população, e principalmente, nesta altura, em que estamos com temperaturas que são demasiado quentes para a época e ainda há pessoas que não tomaram as medidas para prevenir os incêndios", salientou.
Primeiro sensibiliza-se para a limpeza dos terrenos e, depois, é feita a fiscalização. A PSP concentra a sua atenção nas freguesias da sua área de intervenção com maior área florestal: Lordelo, Folhadela, Arroios e Mateus.
"Não temos um número significativo de autos levantados, porque quando é feita a primeira abordagem as pessoas, por norma, corrigem a situação", referiu o agente Jorge Dinis.
O polícia afirmou que há casos em que a maior dificuldade é identificar os proprietários e lembrou que a limpeza tem de ser contínua.
Durante o período crítico de incêndios, a Polícia vai fazer também missões de fiscalização sobre o uso de fogo, queima de sobrantes, a realização de fogueiras e a utilização de foguetes ou outros artefactos pirotécnicos.
Os agentes da PSP integram o plano operacional para o distrito de Vila Real, que está em vigor na fase Bravo desde 15 de maio, no âmbito do DECIF 2017.
Este plano integra, nesta fase, 20 bombeiros nas Equipas de Combate a Incêndios (ECIN), e mais quatro elementos nas Equipas Logísticas de Apoio ao Combate (ELAC).
O número de equipas vai aumentando até à fase mais grave de ocorrência de incêndios, que começa a 01 de julho e se prolonga até ao final de setembro. Neste período, estarão empenhados 220 elementos nas ECIN, 44 equipas com cinco elementos cada.
A GNR participa neste dispositivo com 70 elementos do SEPNA e 60 do GIPS. À Guarda cabe ainda a responsabilidade de abrir os postos de vigia que estão espalhados pelo distrito, cinco na fase Bravo e os restantes 21 até à fase Charlie.
Também no Regimento de Infantaria 13 (RI13), em Vila Real, há militares preparados para ações vigilância e rescaldo e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) participa no DECIF com vigilantes e sapadores florestais.
O distrito conta com o apoio de dois helicópteros a partir de junho, estacionados em Vidago e Ribeira de Pena, e dois aviões em Vila Real, e, no período mais crítico, a intervenção aérea é reforçada com mais um meio para Vila Real.